“Que ninguém se deixe enganar! A oposição venezuelana e o governo dos EUA não querem ajudar o país, pelo contrário, anseiam pelos nossos recursos naturais, querem desencadear a Guerra do Petróleo para invadir e dominar a nossa Pátria. Eles irão falhar!”, escreveu o Chefe de Estado na rede social Twitter.
Na ocasião, o Governo venezuelano alegava que a ajuda humanitária promovida pela oposição em aliança com os Estados Unidos era apenas um pretexto para invadir a nação sul-americana e promover um golpe de Estado contra Maduro.
Retórica recorrente
Alguns dias antes dessa postagem, Nicolas Maduro deu entrevista a Tom Llamas, da ABC News, diretamente do palácio presidencial em Caracas. Na ocasião, Maduro disse que “tudo o que o governo dos Estados Unidos fez está fadado ao fracasso”. Maduro ainda acusou os EUA de “tentar fabricar uma crise para justificar uma escalada política e uma intervenção militar na Venezuela para trazer uma guerra à América do Sul”.
Durante a entrevista, Maduro acrescentou que os EUA “querem o petróleo da Venezuela” e estariam “dispostos a entrar em guerra por esse petróleo”.
“O governo extremista da Ku Klux Klan dirigido por Donald Trump quer uma guerra pelo petróleo, e mais do que apenas o petróleo”, disse o presidente venezuelano, descrevendo a Venezuela como uma “nação pacifista e humilde”.
Venezuela x Guiana
No entanto, 4 anos após essa postagem, quem ameaça invadir e conquistar à força a Guiana justamente por causa de petróleo é Nicolas Maduro.
No dia 3 deste mês, a Venezuela realizou um referendo sobre a região de Essequibo, que é controlada pela Guiana. Os venezuelanos decidiram com 95% de aprovação que o país deveria criar um novo “estado” em Essequibo. A região pertence ao país vizinho, mas a Venezeuela deseja conceder inclusive cidadania venezuelana à seus cidadãos.
Ironicamente, a população que reside em Essequibo não teve voz nesse referendo. Maduro não realizou qualquer tipo de consulta entre os habitantes do local.
Nesta semana, os EUA e a Guiana anunciaram exercícios militares em conjunto. De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos na Guiana, as operações em parceria com o país sulamericano visam “melhorar a segurança” local.
O governo venezuelano, por sua vez, não gostou do anúncio. Em uma postagem no X, antigo Twitter, o ministro do Poder Popular para a Defesa, Vladimir Padrino López, disse que “esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor da ExxonMobil na Guiana é mais um passo na direção errada. Alertamos que não seremos desviados de nossas ações futuras para a recuperação do Essequibo”.