Pelo menos 11 pessoas, incluindo cinco crianças, morreram em um ataque russo com mísseis na cidade de Pokrovsk, de acordo com o governador regional. Além disso, oito pessoas também ficaram feridas.
De acordo com o governador Vadym Filashkin, uma barragem com mísseis S-300 atingiu vários alvos, incluindo a casa de uma família de seis pessoas.
Filashkin divulgou fotos mostrando equipes de resgate trabalhando nos escombros após o bombardeio. O governador disse que o ataque mostrou que as forças russas estavam sobretudo “tentando infligir o máximo de sofrimento possível à nossa terra”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, em seu discurso noturno em vídeo, expressou suas condolências às famílias das vítimas. Além disso, Zelenskyy acusou a Rússia de mais uma vez visar deliberadamente objetos civis.
“E a Rússia deve sentir que nenhum destes ataques terminará sem consequências para o Estado terrorista”, disse o presidente ucraniano.
A cidade de Pokrovsk, a cerca de 50 quilómetros da linha da frente, já tinha sido atingida por um bombardeio mortal em agosto passado, com pelo menos oito mortos e 82 feridos.
Ataque ucraniano na Crimeia
No sábado, militares ucranianos afirmaram que obteve sucesso em um ataque a base aérea militar de Saki, no oeste da Crimeia ocupada pela Rússia.
“Todos os alvos foram atingidos!”, declarou o comandante da Força Aérea Mykola Oleshchuk via Telegram.
As autoridades russas não comentaram o ataque. No entanto, o Ministério da Defesa da Rússia disse nas primeiras horas do sábado que suas forças derrubaram quatro mísseis ucranianos sobre a península durante a noite. Posteriormente, o ministério informou que sua defesa aérea interceptou outros seis mísseis antinavio sobre o Mar Negro.
Mísseis norte-coreanos?
Enquanto isso, a promotoria da região de Kharkiv forneceu evidências no sábado de que a Rússia atacou a Ucrânia com mísseis fornecidos pela Coreia do Norte, mostrando os fragmentos.
Nesta semana, a Rússia atacou Kharkiv com vários mísseis, matando duas pessoas e ferindo mais de 60, num dos maiores ataques de mísseis e drones desde o início da guerra.
“O método de produção não é muito moderno. Existem desvios dos mísseis Iskander padrão, que vimos anteriormente durante os ataques a Kharkiv. Este míssil é semelhante a um dos mísseis norte-coreanos”, disse Dmytro Chubenko, porta-voz da promotoria, à mídia enquanto exibia os restos.
De acordo com Chubenko, o míssil tinha diâmetro ligeiramente maior que o míssil russo Iskander, enquanto seu bocal, enrolamentos elétricos internos e outras partes também eram diferentes.
Anteriormente, os Estados Unidos já alertaram que a Rússia estava utilizando mísseis balísticos da Coreia do Norte. Além disso, os russos estariam a procura de mísseis balísticos de curto alcance do Irã.
Conselho de Segurança da ONU proíbe a prática
Numa publicação no X na sexta-feira, o Ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, alertou: “O mundo virou as costas à Rússia, forçando Putin à humilhação de ir de chapéu na mão à Coreia do Norte para manter a sua invasão ilegal. Ao fazê-lo, a Rússia violou múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e colocou em risco a segurança de outra região do mundo.”
As resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – aprovadas com o apoio russo – proíbem os países de comercializar armas ou outro equipamento militar com a Coreia do Norte.
Embora o Kremlin ainda não tenha comentado as evidências recentes, as relações entre o presidente russo Vladimir Putin e Kim Jong Un da Coreia do Norte aqueceram nos últimos meses.