No final da década de 70 do século passado as esquerdas brasileiras reunidas decidiram mudar a estratégia para tomada do poder no Brasil, adotando o modelo gramscista, aparelhando o estado brasileiro.
As tentativas anteriores – quer pela via revolucionária, 1935 e 1968/1974; quer pela tomada pacífica, em 1964 – haviam fracassado e foram fragorosamente derrotadas.
A estratégia gramscista foi parcialmente vitoriosa, interrompida pelo desastre Dilma Rousseff. Mas, a grande base já havia sido montada, com o quase absoluto controle da dita inteligência, aí incluído universidades, mídias etc. Quase conseguem derrubar o governo Temer. Não se intimidaram com os quatro anos do governo Bolsonaro. Muito pelo contrário, aceleram a ocupação dos espaços, utilizando-se com propriedade do fenômeno das redes sociais e suas guerrilhas virtuais e acusando o adversário de fazê-lo.
A descondenação do apedeuta e sua liberação para concorrer ao mais alto cargo da nação pode ser considerado o ápice da estratégia gramscista de tomada do poder, uma vez que todos os postos chave do executivo federal estão sob controle das esquerdas, os tribunais superiores no judiciário idem e o legislativo está sendo cooptado mediante prebendas, sinecuras e chantagens. As mídias tradicionais transformaram-se em consórcio de desinformação e contrainformação e as guerrilhas virtuais ampliaram em muito a atuação.
E continuam a reescrever a história. Recente, como foi o caso do 8 de janeiro, e proximamente, quando planejam apropriar-se do 31 de março: o PT e a sua Fundação Perseu Abramo pretendem realizar vários eventos para lembrar os 60 anos do “golpe e a ditadura militar” que a ele se seguiu.
Sabe-se lá por quais razões, nos últimos anos as Forças Armadas foram olvidando a data, restando as manifestações dos Clubes que congregam militares e civis.
Ora, a reação democrática de 31 de março de 1964 é data para ser celebrada sim, como um autêntico grito de liberdade da sociedade brasileira, toda ela irmanada, para evitar a tomada do poder pelos comunistas. Foi quando partidos políticos, seus próceres, governadores como Lacerda e Magalhães Pinto, imprensa escrita, falada e televisada, igreja, estudantes, donas de casa manifestaram-se preocupados com os destinos do Brasil e clamaram aos militares pelo salvamento da nação.
A solução veio quando o executivo federal resolveu afrontar de vez as Forças Armadas, ferindo-lhes a disciplina e a hierarquia, o que levou os generais Mourão e Guedes a por as tropas em marcha e desencadear a reação, com a imediata e entusiástica adesão do povo brasileiro.
O regime que se seguiu ao evento da reação democrática de março de 1964 foi um regime de exceção. Ditadura no Brasil só houve uma, foi civil, e o ditador chamava-se Getúlio Vargas. O atual mandatário já manifestou, mais de uma vez, a intenção de se perpetuar no poder.
Cadê Mourão? Cadê Magalhães Pinto? Cadê Lacerda? Cadê Guedes?
Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2024 // Marco Antônio Esteves Balbi
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