De acordo com a Agência Senado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou, em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (19), a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparando os ataques israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto.
O senador classificou a comparação como “inapropriada, ofensiva e desrespeitosa” e ressaltou a gravidade histórica do Holocausto.
— O Holocausto foi um dos piores capítulos, dos mais sombrios, dos mais dolorosos da História da humanidade, quando milhões de pessoas, incluindo 6 milhões de judeus, foram sistematicamente perseguidos, torturados e assassinados pelo regime nazista.
Talvez não apenas o embaixador do Brasil em Israel, mas o próprio presidente Lula tenha que ser levado a um Museu do Holocausto. Não ao de Jerusalém, mas ao Museu do Holocausto de Berlim, na Alemanha. Talvez assim ele consiga entender — disse.
POSSÍVEL PREJUÍZO MILITAR
Naturalmente, quando as relações diplomáticas entre duas nações entra em crise, surge a questão militar, e por conseguinte, até que ponto acordos militares e de defesa podem ser afetados por incidentes políticos.
Matéria publicada pela Revista Sociedade Militar revelou a existência de um Acordo entre a República Federativa do Brasil e o Governo do Estado de Israel sobre cooperação em questões relacionadas à defesa.
Publicado no Diário do Senado Federal n° 206, de 2021, o Acordo originou o Decreto Legislativo nº 12 de 13/04/2022.
A relatora do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) foi a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). O acordo de cooperação no setor de defesa (PDL 228/2021) foi assinado em 2019.
Pelo texto, o acordo entre Brasil e Israel terá ênfase no intercâmbio de tecnologias, treinamento e educação em questões militares.
O acordo ainda prioriza a colaboração em sistemas e produtos de defesa, além de disciplinar eventuais transferências a outros países.
Busca também promover cooperação na aquisição, pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico e mobilização, assim como a troca de conhecimentos e experiências nas áreas operacional, científica e tecnológica.
“— O acordo permite aos dois países beneficiarem-se de projetos de interesse mútuo, intercambiar tecnologias, treinamento e educação não só em entidades governamentais, mas também privadas.
“Também trata das visitas mútuas de alto nível de delegações a entidades civis e militares, encontros entre representantes de instituições, intercâmbio de pessoal, participação em cursos de treinamento, estágios, seminários, visitas de navios e aeronaves militares.
E, ainda por cima, facilita as iniciativas comerciais relacionadas a material e serviços de defesa, aplicação de novas tecnologias, trocas de know-how e estímulo a licenças e royalties — resumiu a senadora Soraya Thronicke.