A violência vem prejudicando sistematicamente a economia e as oportunidades de emprego no país. O problema é especialmente grave não apenas no Brasil, mas em outras partes da América Latina, onde altos índices de criminalidade impactam negativamente a produtividade e o crescimento econômico.
Um exemplo clássico do impacto econômico da violência ocorreu no país na semana passada. Na Santa Ifigênia, famosa rua de eletrônicos de São Paulo, uma loja de equipamentos foi assaltada por vândalos, causando um prejuízo econômico total de pelo menos 300 mil reais.
Posteriormente ao caso, o proprietário optou por fechar a loja.
O número de lojas localizadas nesta área do centro da cidade diminuiu acentuadamente nos últimos anos. De acordo com Fabio Zorzo, presidente da Federação Santa Ifigênia, nos últimos 10 anos, o número de lojas no local caiu de 15 mil para cerca de 2,5 mil. A razão para isso não é apenas o impacto do crescimento das compras online, mas também a situação de segurança na área.
Como consequência, a violência tem prejudicado o desenvolvimento de todo o centro de São Paulo e oportunidades de emprego estão sendo perdidas.
Brasil e América Latina sofrem com o problema
Os atuais problemas de segurança prejudicam seriamente sobretudo o desenvolvimento econômico na América Latina como um todo. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), se a taxa de criminalidade do Brasil caísse para a média mundial, seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceria mais 0,6%.
Em outras partes da América Latina, o impacto econômico da violência é ligeiramente menor, cerca de 0,5% do PIB. Contudo, o crime afeta também diretamente a vida normal de milhões de pessoas e provoca enormes custos sociais.
Segundo dados das Nações Unidas, o Brasil teve um total de 45.562 homicídios em 2021, o equivalente a uma média de 21,26 homicídios por 100 mil habitantes. Na Colômbia, essa taxa foi de 25,67 por 100 mil habitantes. Os números de ambos os países estão bem acima da média mundial, que é de 5,8 homicídios por 100 mil habitantes.
De acordo com o FMI, as elevadas taxas de criminalidade dificultam sobretudo a acumulação de capital. Por isso, desencorajam os investidores que têm medo da violência e do roubo, reduzindo assim a produção econômica.
Fonte: China2Brazil