Em meio à crise diplomática entre Brasil e Israel após declarações antissemitas do presidente Lula, a Força Aérea Brasileira (FAB) contratou a empresa israelense Israel Aerospace Industries (IAI) por R$ 86 milhões para a manutenção de duas aeronaves não tripuladas (drones) Heron-I.
As aeronaves, originalmente compradas pela Polícia Federal em 2009 por R$ 27 milhões, foram doadas à FAB em 2019 e são utilizadas em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (IVR). O contrato com a IAI, firmado sem licitação por inexigibilidade, prevê suporte logístico por 58 meses, incluindo:
- Manutenção durante 2.417 horas de voo;
- Visitas técnicas;
- Revisão de motores;
- Fornecimento de peças e componentes.
Tensão diplomática
A contratação da empresa israelense ocorre em um momento de tensão entre Brasil e Israel. Em janeiro, Lula comparou a reação do governo israelense aos ataques do Hamas ao Holocausto, gerando críticas da comunidade judaica e do governo israelense.
Histórico dos drones
- Comprados pela PF em 2009 por R$ 27 milhões;
- Voaram apenas mil horas das 40 mil previstas;
- Doados à FAB em 2019;
- Incorporados ao Esquadrão Orungan em 2020.
Capacidades dos drones
- Equipados com câmeras de alta resolução;
- Atuam em longas distâncias, mesmo à noite ou com pouca luz;
- Voam em grandes altitudes;
- Monitoram rotas de tráfico de armas e drogas.
Declaração da FAB
A FAB justifica a contratação da IAI pela exclusividade da empresa na prestação dos serviços, amparada pela Lei nº 14.133. A Força Aérea destaca a importância dos drones para a defesa e proteção do território brasileiro.
Abaixo a nota da FAB sobre o contrato com a Israel Aerospace Industries:
“A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que a contratação de serviços de suporte logístico ao sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) Heron-I é feita por inexigibilidade de licitação, uma vez que os serviços demandados serem fornecidos de forma exclusiva pelo fabricante das unidades, conforme prevê a Lei nº 14.133.”
Ainda é incerto como a crise diplomática afetará a relação entre Brasil e Israel. A comunidade judaica brasileira e o governo israelense pressionam por retratação de Lula, enquanto o governo brasileiro busca minimizar o impacto das declarações.
Fonte: Metrópoles