Anúncio feito ontem na Feira Internacional do Ar e Espaço (FIDAE) no Chile, em conjunto entre o Comandante da Força Aérea Brasileira e o Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, poderia ser interpretado, sem exageros, que o avião cargueiro e de transporte Embraer C-390 Millennium poderá se converter numa máquina de guerra muito além de suas funções logísticas. Um transformer operando conforme a necessidade.
O projeto realizado em parceria com a Força Aérea Brasileira planeja identificar potenciais novos usos para o avião e prevê a capacidade de conversão das aeronaves já em serviço.
Uma das vantagens do C-390 para missões ISR é sua ampla capacidade de transporte, alcance e autonomia. Um dos estudos inclui a instalação de armamentos em pontos duros sob as asas, tornando o C-390 uma plataforma ainda mais flexível. Os vetores envolvidos poderiam operar sistemas ofensivos avançados como mísseis antiaéreos, antinavio e até mesmo de cruzeiro e Instalação de hard point nas asas e de sistemas específicos para sistemas de IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), ISR na sigla em inglês.
Dessa forma, a FAB poderá contar com uma versão armada do C-390 destinado a missões ISR que será desenvolvida pela a Embraer
Segundo o comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, a parceria tem o objetivo de pensar em desafios futuros da FAB e na evolução das tecnologias existentes. Em 2023, foi anunciado que além da FAB, o C-390, da Embraer, também equiparia a Força Aérea da Coreia do Sul. Já a Embraer destacou que consegue adaptar suas aeronaves de acordo com diferentes objetivos e que acredita que vai conseguir ampliar as capacidades operacionais dos aviões em missões desse nicho, para a FAB e clientes internacionais.
A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciaram o início de estudos colaborativos para identificação de potenciais adaptações de plataformas para missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR). As plataformas a serem utilizadas já são operacionais na Força Aérea Brasileira, como o C-390 Millennium.
“A Força Aérea Brasileira monitora constantemente sua capacidade de pleno atendimento das missões no contexto atual, ao mesmo tempo que olha para os desafios futuros e a evolução das tecnologias. Estudar a aderência e adaptabilidade de plataformas da Embraer aos desafios futuros das missões IVR é um caminho natural para maximizar comunalidade e autonomia tecnológica”, aponta o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Aeronáutica.
“A Embraer tem um histórico bem-sucedido na adaptação de suas plataformas para diferentes objetivos. Os estudos conjuntos permitirão a ampliação do portfólio de soluções para atendimento das necessidades operacionais em missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento da FAB e de potenciais clientes internacionais. Este é mais um passo importante na relação de longo prazo entre Embraer e FAB.”, afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
Desde sua fundação, em 1969, a Embraer já entregou mais de 8 mil aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 145 milhões de passageiros.
A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil.
Coincidência ou não, lógico que não, e diante de tantos conflitos terríveis se desencadeando mundo afora, aliado a esse anúncio feito ontem pela FAB e Embraer, a FAB iniciou exatamente agora um exercício militar de treinamento de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento no Rio Grande do Sul. Eis uma prova de que a Força está empenhada em aprimorar cada vez mais suas potencialidades numa manobra que não é novidade para os militares das Forças Armadas.
A Atividade consiste em treinar os Esquadrões Aéreos que cumprem missões de Reconhecimento Aeroespacial, Controle Aéreo Avançado, Interferência Eletrônica e Ataque.
A Base Aérea de Santa Maria (BASM) coordena, até o dia 18/04, a 5ª edição do Exercício Operacional de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), que tem como objetivo adestrar as equipagens dos Esquadrões Aéreos que cumprem as Ações de Força Aérea de Reconhecimento Aeroespacial, Controle Aéreo Avançado, Interferência Eletrônica e Ataque.
O treinamento envolve cerca de 180 militares e diversas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), entre elas: A-1, R-99, P-3AM, P-95 Bandeirulha, C-98 Caravan e a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) RQ-900, além de meios de defesa antiaérea como míssil IGLA-S e blindados M-113 e Gepard, do Exército Brasileiro (EB).
“O Exercício Operacional IVR é um dos mais importantes para a defesa do nosso espaço aéreo, pois visa abordar tanto as potencialidades quanto as limitações dos meios e recursos humanos e operacionais disponíveis, a fim de aprimorá-los. Ao realizar esse exercício, é possível identificar áreas de melhoria, otimizar o uso dos recursos existentes e desenvolver estratégias para lidar com uma variedade de situações no âmbito da inteligência, vigilância e reconhecimento”, explica o Comandante da BASM e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Daniel Lames de Araujo.
Ao todo,13 Unidades Operacionais estão envolvidas, entre Esquadrões das Aviações de Caça, Reconhecimento e Patrulha, além de Baterias do 1º e 2° Grupos de Defesa Antiaérea (1º e 2° GDAAE) e três equipes do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4º/1º GCC). O EB participa do treinamento com meios do 29º Batalhão de Infantaria Blindado (29º BIB) e da 6ª Bateria de Artilharia Antiaérea Autopropulsada (6º Bia AAAe Ap).
Para viabilizar o controle e as comunicações em diversos pontos do território, o treinamento conta com o apoio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por meio do 4°/1° GCC – Esquadrão Mangrulho, que possibilita o Comando e Controle em regiões remotas.
“A escolha de Santa Maria como local tradicional para a realização do Exercício Operacional IVR deve-se à grande capacidade das Organizações Militares sediadas de analisar imagens e vídeos, produzir Relatórios de Missão de Reconhecimento (REMIR) e Relatórios de Vigilância (REVIG)”, acrescentou o Coronel Lames.
Em Santa Maria (RS), o Exército Brasileiro concentra o segundo maior contingente e destacadas Unidades de emprego, o que possibilita o adestramento em conjunto, criando cenários reais de treinamento e emprego e intensificando a interoperabilidade que envolve militares do Exército e da FAB, cada um aplicando suas metodologias operacionais em prol da Inteligência.
A análise de imagens coletadas por sensores embarcados em aeronaves, como no R-99 e no E-99, pertencentes à Aviação de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) da FAB, permite conhecer, de forma mais profunda, as capacidades dos sensores e analistas da FAB, bem como das Ações de Controle Aéreo Avançado e Ataque, que possibilitam a disseminação da doutrina e a programação de equipamentos de Guerra Eletrônica embarcados.
O levantamento minucioso de dados de Inteligência e o monitoramento de áreas de interesse são algumas das atividades realizadas pela Aviação de IVR da FAB. Os esquadrões são os olhos da FAB que, do alto, compartilham o desafio de detectar ameaças, assim como proteger e integrar o território nacional.
Fonte: Força Aérea Brasileira