A metralhadora Browning M2, calibre .50 BMG (Browning Machine Gun), foi desenvolvida em 1919 pelo projetista norte-americano John Moses Browning, baseada na metralhadora Browning M1917, calibre .30-06 Springfield, também um projeto seu.
Contra aviões
Com o avanço da aviação de guerra, durante a Primeira Guerra Mundial, as blindagens dos aviões se tornaram mais efetivas – como o avião de ataque ao solo alemão Junkers J.I. – por consequência, armas que eram usados para fins antiaéreos dotadas de calibres menores – como o estadunidense .30-06 – não tinham energia cinética suficiente para trespassar a blindagem. Baseado nisso, foi requisitado pelo comandante da Força Expedicionária Estadunidense, Jonh J. Pershing, um armamento de calibre mais efetivo contra aviões.
A Browning M1921, sofreu várias reformulações, passando a utilizar um novo sistema de arrefecimento com circulação de água e operar o novo calibre de 12,7 mm, o .50 BMG. Posteriormente foi desenvolvido também uma versão com sistema de resfriamento a ar, que era 22 Kg mais leve, no entanto, tinha um limite de cadência de 75 tiros por minuto, essa recebeu o nome de Browning M2.
Com as tensões da 2.a Guerra Mundial, veio a derradeira e mais notável versão, a M2HB .50, M2 pois era uma versão a ar; HB de heavy berrel ou cano pesado, que proporcionava uma cadência de tiros integral a arma.
Extremamente eficaz na função anti-pessoal e também na antiaérea, foi montada em tanques M4 Shermans e navios, em casamatas para defesa de ponto e foi também empregada em um reparo antiaéreo com 4 metralhadora pesada, chamado de M45, o famigerado “moedor de carne”. Ademais, foram desenvolvidas também versões que eram montadas em aviões para serem utilizadas nos dog figths, como a AN/M2 (AN de ARMY e NAVY porque eram utilizadas pelo Exército e Marinha) e sua versão melhorada, a AN/M3.
Ela surge de forma revolucionária com refrigeração a ar ao substituir as pesadas metralhadoras refrigeradas a água. De lá pra cá, tem reinado absoluta em seu estado da arte, ainda intocável a não ser aos múltiplos acessórios que permitem sua adaptação em cada equipamento ou ambiente onde será empregada.
É utilizada por mais de cem países e é uma das armas mais fabricadas do mundo, com mais de 3 milhões de unidades feitas até hoje.
Com um alcance máximo de 6.900 metros, a metralhadora “ponto cinquenta” tem uma ampla gama de aplicações, podendo ser utilizada montada em viaturas, embarcações ou aeronaves, ou ainda, utilizando uma grande variedade de reparos, com armas individuais ou múltiplas.
O cartucho .50 BMG – Browning Machine Gun – desenvolvido especificamente para a M2 é extremamente preciso, tanto na metralhadora pesada como principalmente em armas de precisão, como no Rifle anti-material Barrett M82.
Essa fantástica metralhadora, mesmo após mais de 100 anos de serviço, ainda é largamente utilizada, sendo a metralhadora pesada padrão da OTAN e de diversos outros países como Austrália, Israel, Iraque, Coreia do Sul, Filipinas e Brasil.
A M2 usa o maior e mais poderoso calibre .50 BMG, que foi desenvolvido juntamente com o projeto. É eficaz contra a infantaria, veículos não blindados ou levemente blindados, barcos, fortificações leves e aeronaves em baixa altitude. Esta metralhadora tem sido amplamente utilizada como armamento em veículos e aeronaves dos Estados Unidos de 1920 até o presente. Foi muito utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã e durante as operações no Iraque e no Afeganistão, na década de 2000.
É a principal metralhadora pesada dos países da OTAN
A M2 está em uso mais tempo que qualquer outra arma ligeira no inventário dos Estados Unidos, exceto a pistola Colt M1911 .45 ACP, também desenhada por John Browning.
Por todos esses atributos imperativos, é mister que essa lendária arma deva equipar o mais novo blindado leve do Corpo de Fuzileiros Navais. Existem algumas variantes especializadas do JLTV, desenvolvidas para atender a requisitos específicos das forças armadas.
Qual variante a Marinha do Brasil adotou?
Inicialmente foram adquiridas 12 viaturas na versão JLTV Heavy Guns Carrier (HGC), sendo essa uma variante especializada do JLTV desenvolvida para operar com armas pesadas, como metralhadoras e canhões, capaz de receber uma torre remotamente controlada e mesmo sistema ATGM.
A variante JLTV HGC incorporada pelo Corpo de Fuzileiros Navais, inicialmente conta com uma torre tripulada, a qual apresenta um alto nível de proteção para o artilheiro, e que pode ser equipada com uma variedade de armas, incluindo metralhadoras M2A1 de calibre .50 BMG (12,7x99mm OTAN), metralhadora M240 calibre 7,62x51mm (OTAN) e lançador de granadas de 40mm Mk.19 Mod.3. Porém, a viatura também poderá futuramente receber canhões automáticos de 30 mm e sistemas de lançamento de foguetes guiados, além de um sistema de armas remotamente controlado (SARC).
O míssil antitanque Javelin, instalado no teto de alguns JLTV em outros países, transformou-o em caçador de tanques e fornece capacidade para enfrentar tanques inimigos ou veículos pesados de combate.
A nova versão do JLTV com Javelin foi revelada durante a Bushmaster User Conference no Arizona.
Ficha técnica:
-Calibre: .50 BMG ( 12.7 x 99mm NATO)
-Comprimento: 1,656 mm (Cano 1,143mm)
-Velocidade inicial do projétil: 890 m/s
-Cadência de tiro: 485
– 1200 disparo por minuto
-Alcance máximo: 6.800 m
-Alcance efetivo: 1.800 m
-Peso: 38 kg – 58 kg
Fontes: Wikipédia, manuais das Forças Armadas, e https://soarmasdefogo.blogspot.com/2013/05/browning-m2-50.html