O general de Exército Fernando José Sant’Ana Soares e Silva transmitiu o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército para o general de Exército Richard Fernandez Nunes na última sexta-feira, 26 de abril, e agora segue para a reserva.
Soares estava no Exército desde 1975. Uma soma de 49 anos de dedicação à carreira militar.
Ele passou pela Academia das Agulhas Negras e pela Arma de Cavalaria, foi Chefe da Seção de Serviço Militar da 3ª Região Militar, em Porto Alegre (RS), e comandou a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, em Ponta Grossa (PR).
Foi promovido a general de exército em março de 2020 e, em maio de 2022, assumiu o Comando Militar do Sul, onde permaneceu até abril de 2023, quando foi para a chefia do Estado-Maior do Exército.
Ao longo da carreira militar, o general participou também de missões do Exército no exterior. Ele foi observador militar das Nações Unidas em Moçambique, adido militar na embaixada do Brasil no Suriname e subcomandante do Batalhão Brasileiro de Força de Paz no Haiti.
Durante a troca de comando do Estado-Maior, o general, inclusive, homenageou os 18 militares brasileiros que morreram durante um terremoto no Haiti, em 12 de janeiro de 2010.
Posicionamentos do general
Durante sua trajetória como general, Soares precisou se posicionou publicamente em momentos de tensão política, econômica e social.
Na solenidade que marcou seu início no Comando Militar do Sul, ele minimizou o papel das Forças Armadas durante as eleições e afirmou que o Exército continuaria cumprindo seu papel.
“Ano eleitoral ou não, isso não é um problema do Exército. O Exército vai continuar cumprindo as suas missões constitucionais, vai continuar fazendo tudo que tem que fazer dentro das normas vigentes e do arcabouço legal do estado brasileiro”.
Já em 2023, após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o general precisou esclarecer que nenhuma unidade da Força terrestre aderiu à tentativa de golpe.
“Nós, o Exército, nunca quisemos dar nenhum golpe. Tanto não quisemos, que não demos. Não houve uma única unidade sublevada”.
Na mesma época, o general disse que as Forças Armadas são apartidárias e apolíticas e defendeu que os militares não podem se dividir, muito menos usar o Exército para atividades que contrariem sua função estabelecida pela Constituição.
Em entrevista ao Estadão, o general Soares mostrou como realmente são importantes as ações como o auxílio a comunidades Yanomami e o combate ao garimpo ilegal.
Durante a troca do Comando de Estado Maior, o general Soares também disse uma frase marcante relacionada ao valor da abnegação da carreira militar.
“Neste momento, de Jaguarão no Rio Grande do Sul à Clevelândia do Norte no Amapá, bandeiras do Brasil tremulam nos mastros de nossos quarteis na fronteira, indicando que essa terra tem dono. Esses Militares privam a si e a suas famílias para garantir a defesa da Pátria”.
O que é o Estado Maior?
O Estado-Maior do Exército é o Órgão de Direção Geral responsável pela elaboração da Política Militar Terrestre, pelo planejamento estratégico e pela expedição de diretrizes que orientem o preparo e o emprego da Força Terrestre.