O almirante Augusto José da Silva Fonseca Junior, comandante do 5º distrito Naval, deu uma extensa entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta-feira, 29 de maio.
Exatamente um mês depois do início da maior catástrofe climática já enfrentada pelo Rio Grande do Sul, o almirante relembra que o cenário encontrado pelas Forças Armadas foi de muita destruição e que a situação gaúcha foi a pior já enfrentada pelos militares, devido à extensa área de abrangência.
“Já participamos de operações desse tipo em São Sebastião, em Petrópolis também. Já enviamos fuzileiros navais ao Haiti e são sempre situações similares de socorro e salvamento de vidas em situações de total desespero das pessoas. Mas a diferença aqui é que a área de abrangência foi bem maior do que tudo o que já enfrentamos”.
“A enchente foi muito avassaladora. Muito rapidamente encheu o Vale do Taquari, a região de Lajeado. Então já chegamos trabalhando imediatamente no socorro à população. Enfrentamos situações muito complexas, perigosas, vimos moradores desesperados e vivendo momentos de extrema angústia e desespero; animais e pessoas sendo arrastados pela água… uma verdadeira operação de guerra“, completou o almirante.
Com a trégua dada pelas chuvas nos últimos dias, o militar afirma que agora o grande desafio é recuperar as cidades devastadas para que as pessoas possam voltar às suas vidas.
“É um trabalho que vamos ter que enfrentar daqui para frente com bastante atenção, porque as pessoas perderam tudo, são pessoas humildes, que não tem condições de se recuperar rapidamente… Então, vamos precisar de um esforço conjunto muito grande”.
Segundo o último balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 169 pessoas morreram e 50 estão desaparecidas. Ao todo foram resgatadas mais de 77 mil pessoas e 12,5 mil animais.