A segurança pública no Japão é notável por sua eficácia e abordagem humanizada. O Japão é um dos países mais seguros do mundo devido à sua política de “tolerância zero às armas e ao álcool”. Os japoneses conseguem dormir tranquilos graças a essa abordagem rigorosa.
Em 2017, houve apenas 22 crimes cometidos com armas de fogo no Japão, deixando 3 mortos e 5 feridos. Em comparação, nos Estados Unidos houve 15.612 mortes por armas de fogo no mesmo período.
Se compararmos os números expostos no CountryEconomy, site sobre estatística geográfica mundial, entre Brasil e Japão, veremos que o que nos separa não é só a distância ou o fuso horário.
De acordo com os dados, em 2021 o Japão registrou 285 homicídios, enquanto o Brasil ficou na casa dos 45.562 casos. Levando-se em conta o quadro populacional dos dois países, Brasil com 203.063.000 e Japão com 125.171.000, concluímos que o país asiático é quase 100 vezes menos violento do que o Brasil.
No campo da sócio-demografia existe um dado bastante popular que é o chamado índice da felicidade ou “ranking da paz”. Nele o Japão ocupou o 9º lugar em 2023, enquanto o Brasil ocupou o 132º, atrás do Haiti, dos EUA e do Zimbábue, entre outros.
Já no outro lado do globo, as crianças japonesas aprendem desde cedo que é crime ficar com algo que não é seu. Não existe o ditado “achado não é roubado”. Segundo a cultura local, essa mentalidade contribui para a baixa taxa de criminalidade no país.
Além disso, o sistema de policiamento comunitário, com mais de 6.600 postos chamados “Koban”, contribui para a segurança. Esses postos são ocupados por policiais treinados para servir a comunidade e fornecer informações de segurança.
Em resumo, a combinação de leis rigorosas, policiamento preventivo, ações comunitárias e educação tem garantido ao Japão uma posição de destaque em segurança pública.
CHINA E COREIA
Talvez seja por isso que o professor doutor Kaoru Iokibe, da Universidade de Tóquio, Japão, tenha sido convidado a ministrar uma palestra no Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE 2024) nessa terça-feira (14/05), na Escola Superior de Defesa. O tema da exposição foi exatamente a experiência do Japão na área da Segurança e Política.
O evento contou com a participação da comandante da ESD, major-brigadeiro médica Carla Lyrio Martins; do embaixador extraordinário e plenipotenciário do Japão no Brasil Teiji Hayashi; do coronel do Exército Hiroyuki Fujita, adido de Defesa do Japão; e do senhor Issei Aoki, representante sênior da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
“Como parte de sua identidade estratégica, a ESD visa a ser um centro de excelência acadêmica reconhecido nacional e internacionalmente.
“Por isso, a participação do Professor Iokibe enriquece sobremaneira o nosso ambiente acadêmico”, frisou a major-brigadeiro Carla, em seu discurso de boas-vindas.
Após a palestra, o major Nicanor Komata, da Polícia Militar de São Paulo e aluno do CSIE, agradeceu pela oportunidade de aprendizado e resumiu o que foi discutido no evento.
“Aprendemos muito. Durante a sua exposição, o professor Iokibe abordou que o Japão tem investido na economia e na democracia, porém, se defronta no momento com novos desafios e ameaças provenientes da conformação geográfica que está inserido próximo da China e da Coreia do Norte, o que promove a retomada da importância da agenda da Segurança.
“Com isso, houve a reafirmação da Aliança entre EUA e Japão e a busca por novas cooperações, entre as quais a cooperação com o Brasil”, destacou.
PODER NACIONAL
O curso tem como objetivo geral desenvolver competências para o exercício de funções na área de inteligência estratégica na administração pública e, em especial, nos órgãos ligados ao Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), a partir de estudos relacionados à área.
A Fase Básica do curso apresenta fundamentos e conceitos básicos sobre o Poder Nacional, a Inteligência, a Contra inteligência e a Metodologia da Pesquisa Científica.
A Fase Específica aborda:
- os conceitos de Inteligência Estratégica, relacionados ao SISBIN e seus subsistemas;
- os conceitos e abordagem das relações internacionais e geopolítica;
- a metodologia para a elaboração de cenários; e
- a aplicação prática para a produção do conhecimento Inteligência.
Nessa última fase serão desenvolvidos estudos aplicados, particularmente para a elaboração de cenários, de uma apreciação e uma estimativa de Inteligência, consolidando a sua interdisciplinaridade.
Mais informações sobre o curso podem ser vistas clicando neste link.