Imagens de satélite de março reveladas no último dia 14 de maio mostram que a Venezuela está aumentando sua presença militar na fronteira com a Guiana.
O relatório, divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington, nos Estados Unidos, afirma que o país de Maduro já tinha instalado 75 tendas e barcos rápidos com mísseis Peykaapp III, construídos no Irã.
O contingente é grande o suficiente para um confronto, por mais que a Venezuela tenha pouco a ganhar em um eventual conflito com a Guiana.
Por conta dessa posição pró-guerra do país vizinho, a Guiana e seus parceiros estão preocupados.
Tanto que no último dia 9 de maio, 2 aviões norte-americanos sobrevoaram a capital Georgetown em um exercício militar de cooperação que busca expandir a parceria bilateral de defesa no país latino-americano. As aeronaves eram 2 F/A-18 da Marinha dos Estados Unidos.
Na ocasião, Yván Gil, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, disse que o sobrevoo “ameaça a zona de paz” acordada em dezembro de 2023 por Nicolás Maduro e Irfaan Ali, presidente da Guiana.
Vladimir Padrino López, ministro da Defesa venezuelo, classificou a manobra como parte das “repetidas provocações” dos Estados Unidos, inimigo histórico do chavismo.
A Venezuela passou a reivindicar mais intensamente o território de Essequibo, hoje administrado pela Guiana, em 2015, após a descoberta de campos de petróleo. A área tem cerca de 160 mil km², equivalente a 70% do território guianense, e também é rica em minerais.
Em 3 de dezembro de 2023, Maduro promoveu um plebiscito para consultar a população sobre a anexação do Estado. De acordo com a Venezuela, 95% dos eleitores aprovaram a medida.
Por fazer fronteira com a Guiana e a Venezuela, as Forças Armadas Brasileiras ampliaram a presença de militares na região. Por terra, o único caminho possível para a Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Norte de Roraima, algo que o Brasil já afirmou não permitir em hipótese alguma.