Um ataque aéreo israelense resultou na morte de 10 membros da família do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no campo de refugiados de Shati, ao norte de Gaza. Esta informação foi confirmada tanto pelo grupo quanto pela agência de defesa civil da Palestina.
Posteriormente, o Hamas declarou que responsabiliza a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, pela continuidade da guerra de “extermínio” contra o povo palestino na Faixa de Gaza. De acordo com o grupo, os EUA fornecem a Israel “cobertura política e militar” para prosseguir com a destruição na região. Além disso, o Hamas apelou à comunidade internacional e às Nações Unidas para que assumam suas responsabilidades e tomem medidas urgentes sobretudo para proteger civis inocentes e responsabilizar os líderes israelenses por seus crimes.
Mahmud Basal, porta-voz da agência de defesa civil, informou que o ataque da manhã de terça-feira atingiu a casa da família Haniyeh em Shati. De acordo com Basal, “há 10 mártires… como resultado do ataque, incluindo Zahr Haniyeh, irmã do chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh”.
Além disso, Basal também mencionou que ainda pode haver corpos sob os escombros devido à falta de equipamento adequado para a remoção.
O exército israelense relatou que dois prédios foram alvejados durante a noite em Shati e Daraj Tuffah, mas não mencionou o ataque à casa da família Haniyeh.
Em abril, outro ataque aéreo israelense matou três filhos e quatro netos de Haniyeh, acusados de “atividades terroristas” pelos militares israelenses. Haniyeh afirmou que cerca de 60 membros de sua família já morreram desde o início da guerra em Gaza. A guerra já resultou em mais de 37.600 mortes no território.
De acordo com primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a guerra continuará mesmo com um possível acordo de cessar-fogo. Haniyeh, por sua vez, reforçou que qualquer cessar-fogo que não garanta o fim da ofensiva israelense em Gaza “não é um acordo”.
Crise Humanitária em Gaza
Ainda de acordo com Basal, as forças israelenses atacaram deliberadamente cinco campos de deslocados em menos de 48 horas.
Segundo o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, há uma contínua “matança e mutilação de civis em Gaza”. Em briefing do Conselho de Segurança, Wennesland criticou o uso de armas explosivas por Israel em áreas densamente povoadas, que destruíram bairros inteiros e danificaram hospitais, escolas e outras infraestruturas civis.