No início deste ano, uma operação militar ucraniana, em colaboração com sistemas de defesa fornecidos pela Alemanha, resultou na derrubada de um avião russo de controle e alerta antecipado A-50 Mainstay. O episódio foi confirmado pela Coronel Rosanna Clemente, do Comando de Defesa Aérea e Mísseis do Exército dos EUA, durante o Simpósio de Artilharia dos EUA em 2024.
Segundo a Coronel Clemente, a aeronave A-50 foi abatida por um míssil Patriot em 14 de janeiro, em uma manobra descrita como “SAMbush” – uma emboscada com mísseis terra-ar. Este evento destacou a capacidade ucraniana de usar sistemas de defesa aérea móveis de maneira inovadora e efetiva, marcando um dos maiores sucessos em termos de impacto estratégico na guerra aérea em curso.
A operação foi possível graças à doação dos sistemas Patriot pela Alemanha, que são montados em caminhões, permitindo alta mobilidade e flexibilidade tática. Esses sistemas foram treinados por soldados alemães, que submeteram as tropas ucranianas a intensos exercícios de validação na Polônia, em abril de 2023. Durante esses treinos, as tropas ucranianas foram despertadas no meio da noite para simular batalhas aéreas, o que preparou o terreno para a emboscada que derrubou o A-50.
A aeronave russa A-50, baseada no Ilyushin Il-76, é um ativo valioso para a Rússia, equipada com avançados sistemas de radar e comunicação, crucial para operações de comando e controle aéreo. A queda do A-50 foi um golpe significativo para a capacidade russa de realizar ataques coordenados e monitoramento aéreo.
Durante o simpósio, a Coronel Clemente destacou a ousadia e inovação dos operadores ucranianos. Eles empregaram os sistemas Patriot em posições avançadas, estendendo ao máximo suas capacidades cinéticas para atingir a aeronave russa. Esta ação não apenas demonstrou a vulnerabilidade das aeronaves russas, mas também forçou a Rússia a reconsiderar suas táticas de aviação.
Além do A-50 abatido em janeiro, outro incidente significativo ocorreu em 23 de fevereiro, quando uma segunda aeronave A-50 foi derrubada, desta vez por um míssil S-200 de fabricação soviética. Esse evento levantou especulações sobre a possibilidade de fogo amigo, mas foi posteriormente confirmado como uma ação deliberada pela Ucrânia, que também derrubou um bombardeiro Tu-22M3 em um incidente separado.
Esses eventos sublinham a eficácia da campanha ucraniana para negar o acesso aéreo russo e degradar suas capacidades ofensivas, utilizando uma combinação de tecnologias modernas e estratégias de combate inovadoras. A utilização dos sistemas Patriot, em particular, mostra como a defesa móvel pode ser um multiplicador de força significativo em cenários de conflito assimétrico.
A confirmação da Coronel Clemente sobre a operação ucraniana reflete a crescente sofisticação e adaptabilidade das forças armadas ucranianas, que continuam a desenvolver e implementar táticas de defesa aérea avançadas contra uma força aérea numericamente superior. A colaboração internacional, especialmente com países como a Alemanha, tem sido fundamental para essas conquistas, fornecendo não apenas equipamentos, mas também treinamento e suporte estratégico.