A marinha russa está passando por uma transformação significativa, com planos para comissionar 12 novos navios de guerra até o final de 2024, incluindo embarcações de superfície de alto mar e submarinos.
Esse movimento marca uma mudança drástica em relação às últimas décadas, quando a marinha do país lutava para manter uma força naval de segunda categoria. De acordo com o National Interest, a marinha russa está se preparando para um ressurgimento considerável, destacando-se no cenário naval global.
Nos últimos dez anos, a marinha russa recebeu 40 navios de superfície e 24 submarinos, um salto notável considerando que, uma década antes, apenas três submarinos foram incorporados.
Esse avanço não foi sem desafios; o corveta Provorny, por exemplo, sofreu danos significativos devido a um incêndio em dezembro de 2021, mas foi reconstruído e agora está prestes a entrar em serviço. Esse tipo de resiliência demonstra a determinação da Rússia em revitalizar sua força naval.
De águas verdes a águas azuis: as ambições navais da Rússia
Durante a Guerra Fria, a marinha soviética mantinha a maior força de alto-mar do mundo. No entanto, desde a dissolução da União Soviética, Moscou lutou para manter uma marinha que mal conseguia operar globalmente.
Recentemente, a marinha russa enviou uma fragata de mísseis guiados e um submarino nuclear para uma visita a Havana, Cuba, um sinal de suas ambições renovadas. Contudo, essa frota ainda precisou de apoio logístico de um rebocador e um navio de reabastecimento, destacando as limitações atuais.
Apesar dessas dificuldades, a marinha russa está focada em expandir suas capacidades de alto-mar. O comandante da marinha russa, Almirante Alexander Moiseyev, anunciou que a marinha está no caminho certo para receber 12 novos navios de guerra até o final de 2024. Entre essas novas aquisições está o submarino de mísseis balísticos de classe Borei, Knyaz Pozharsky, que em breve iniciará seus testes marítimos antes de ser comissionado na Frota do Norte.
Melhorias contínuas e desafios persistentes
Moiseyev ressaltou que os planos atuais da marinha incluem testes marítimos de novos navios nos mares Báltico e Cáspio. Ele destacou a importância de concluir a construção e os testes de navios de patrulha da classe de gelo, além de quatro submarinos, incluindo dois nucleares.
Esses desenvolvimentos demonstram um compromisso contínuo com a modernização e a expansão das capacidades navais russas.
Um evento marcante recente foi a cerimônia de lançamento do corveta Provorny, da classe Stereushchiy, no estaleiro Severnaya Verf em São Petersburgo. Esse navio, originalmente estabelecido em 2013 e danificado em 2021, agora está pronto para entrar em serviço, reforçando a frota do Pacífico da marinha russa.
Apesar dos avanços, Moiseyev não mencionou as perdas da Frota do Mar Negro da Rússia, nem abordou quando (ou se) o porta-aviões Almirante Kuznetsov retornará ao serviço. Durante sua longa reforma, outras nações lançaram porta-aviões mais capazes, levantando questões sobre a eficácia das prioridades navais de Moscou.
Embora seus grandes combatentes de superfície ainda enfrentem desafios significativos, os navios menores da marinha russa são vistos como capazes e fortemente armados. A marinha russa pode não ser ainda uma força de combate de alto-mar totalmente realizada, mas não deve ser subestimada.
A renovação em curso reflete uma mudança estratégica importante, apontando para um futuro onde a marinha russa desempenhará um papel mais proeminente nas águas internacionais.
A revitalização da marinha russa é um desenvolvimento que merece atenção. À medida que esses novos navios entram em serviço, a Rússia está posicionada para recuperar parte de sua antiga glória naval, apresentando uma força mais moderna e preparada para os desafios do século XXI.