As primeiras Fuzileiras Navais do sexo feminino da história da Marinha Brasileira concluíram nesta quinta-feira, 20 de junho, a última fase de treinamento antes da formatura.
Ao todo, 113 mulheres, de um total de 768 militares, vão se formar em 5 de julho e exercer as mesmas funções e missões dos homens
O Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais começou no dia 19 de fevereiro deste ano, com o marco inédito de permitir o acesso das mulheres a todos os corpos, quadros, escolas e centros de instrução da Marinha.
Para receber as novas integrantes, o Ciampa (Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, passou por diversas mudanças estruturais, como a criação de alojamento feminino, adaptação da enfermaria, reformulação das normas internas de comportamento e atualização de material de combate.
O Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, que tem duração total de 19 semanas, tem atividades como instrução militar naval, treinamento físico-militar, instrução básica de combate, armamento e tiro, além de ética profissional militar.
Apesar de a Marinha ter sido a primeira força a permitir o ingresso de mulheres em seus quadros, é a corporação que menos tem integrantes do sexo feminino, quando observamos os números absolutos. Em percentuais (mulheres em relação à quantidade total de militares), a Marinha (11%) até fica à frente do Exército (7%), mas atrás da Força Aérea (22%).
Alistamento militar feminino
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, decidiu que as Forças Armadas também vão permitir pela primeira vez na história que mulheres participem do alistamento militar para ingresso na carreira de soldado.
A informação foi transmitida a comandantes militares em reuniões feitas de 13 a 17 de maio e confirmada pelo próprio ministro em entrevista à Folha de São Paulo.
A previsão é de que as mulheres ingressem em 2026. “Nesse assunto, o Brasil deve muito. E não é para fazer serviço de enfermagem e escritório, é para a mulher entrar na infantaria. Queremos mulheres armadas até os dentes”, disse o ministro à publicação.
O alistamento feminino será voluntário e deve ser permitido às mulheres que completarem 18 anos em 2025, diferentemente do serviço masculino, que ainda é obrigatório.