A Guarda Costeira da China anunciou a recuperação de um dispositivo de detecção de submarinos, aparentemente lançado por uma aeronave da Marinha dos EUA no Mar do Sul da China. O achado foi divulgado por uma emissora estatal chinesa, gerando repercussão e aumentando as tensões já existentes na região.
Segundo a Business Insider, a Guarda Costeira da China encontrou o dispositivo em águas próximas ao recife de Second Thomas, área disputada pela China e Filipinas. A mídia estatal chinesa identificou o equipamento como um “detector de submarino” fabricado pela Ultra Electronics Undersea Sensor Systems, Inc., uma empresa britânica especializada em sonoboias e sensores subaquáticos.
O vídeo divulgado pela mídia chinesa mostra uma análise detalhada do dispositivo, que foi identificado como um tipo de sonoboia. Esses sensores acústicos são frequentemente utilizados em operações de guerra anti-submarina e em pesquisas acústicas subaquáticas. Eles permitem o rastreamento de movimentos de submarinos e a coleta de dados importantes tanto para fins militares quanto não militares.
A descoberta ocorre em um momento de crescente tensão entre China e Filipinas na região. Nos últimos anos, os dois países têm se enfrentado de forma mais intensa, com incidentes envolvendo navios da Guarda Costeira chinesa utilizando canhões de água e até mesmo armas cortantes contra embarcações filipinas. A área do recife de Second Thomas, chamada de Ren’ai Jiao pelos chineses, está situada a uma considerável distância da principal base naval chinesa em Hainan, mas é estratégica para a presença naval chinesa no Mar do Sul da China.
Em resposta à descoberta, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Wu Qian, afirmou que a China se opõe firmemente às ações provocativas de navios e aeronaves militares dos EUA no Mar do Sul da China. Ele destacou que tais ações ameaçam a soberania e a segurança da China na região.
A Marinha dos EUA, por sua vez, tem operado rotineiramente nas águas internacionais do Mar do Sul da China, tanto unilateralmente quanto em parceria com nações aliadas, defendendo o que chama de “Indo-Pacífico livre e aberto”. Essa postura visa assegurar a liberdade de navegação conforme o direito internacional, mas é vista com desconfiança e oposição pela China.
A BI não conseguiu verificar de forma independente os detalhes relatados pela mídia chinesa, mas a situação destaca a complexidade e os riscos das operações militares em áreas contestadas. A presença de detectores de submarinos e outros dispositivos similares sublinha a importância estratégica e a vigilância constante nas águas do Mar do Sul da China, onde a disputa de soberania continua a ser uma fonte de tensão internacional.