Em meio a uma grave crise financeira, a Avibras, tradicional indústria bélica brasileira, colocou cerca de 400 trabalhadores em licença remunerada por tempo indeterminado. Segundo o G1, a medida, tomada em 3 de junho de 2024, afeta funcionários da unidade de Jacareí, no interior de São Paulo.
A empresa, que enfrenta uma dívida de R$ 600 milhões e está em processo de recuperação judicial desde março de 2022, justifica a decisão como forma de reduzir custos e preservar a viabilidade do negócio. No entanto, a situação gera incerteza e preocupação entre os trabalhadores que temem pelo futuro de seus empregos.
Vale ressaltar que, apesar de ser uma empresa privada, a Avibras conta com o BNDES como um dos seus credores. Isso significa que, em parte, dinheiro público está sendo utilizado para manter a companhia em funcionamento, mesmo em um momento de crise.
Recentemente, a Avibras passou por um período de layoff, em que os contratos de trabalho dos funcionários foram temporariamente suspensos. Com o término dessa medida no dia 31 de maio, os trabalhadores foram colocados em licença remunerada.
A situação financeira da Avibras se agravou nos últimos anos, culminando em atrasos salariais preocupantes. Em março, cerca de 100 funcionários protestaram em frente à empresa, exigindo o pagamento dos salários atrasados. Atualmente, aproximadamente 800 trabalhadores estão em greve, enquanto os 400 funcionários em licença remunerada também não recebem seus salários há mais de um ano.
Segundo a CNN Brasil, a empresa está em negociações avançadas com o grupo australiano DefendTex para uma possível aquisição. Em maio, a Justiça solicitou esclarecimentos sobre essas tratativas, atendendo a um pedido do BNDES.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, manifestou interesse em manter a Avibras sob controle nacional, preocupado com os empregos gerados -, a preservação da capacidade tecnológica da indústria e o fato de que a empresa possui uma função estratégica, segundo o próprio presidente.