A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta segunda-feira, 24 de junho, que 60 militares da Força Nacional vão ser envolvidos nas ações de combate aos incêndios no pantanal.
Atualmente, já existe 53 combatentes da Marinha atuando na região, além de 175 brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e 40 do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Marina também anunciou um adicional de 50 brigadistas.
O anúncio foi feito após o segundo encontro da Sala de Situação, criada para ações de controle e prevenção do desmatamento na Amazônia e enfrentamento de incêndios e queimadas no Pantanal.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou também a liberação de R$ 100 milhões em favor do Ibama e ICMBio e vai desembarcar com Marina em Corumbá (MS) pra ver a situação de perto na próxima sexta-feira, 28 de junho.
“Nós estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa. Nós não tivemos a cota de cheia. Não tivemos o interstício entre o El Niño e La Niña. E isso faz com que uma grande quantidade de matéria orgânica em ponto de combustão esteja causando incêndios que estão fora da curva em relação a tudo que se conhece”, disse Marina.
A minsitra do Meio Ambiente afirmou também que 85% dos incêndios estão em propriedades particulares. Por isso, os governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram a proibição de manejo de fogo até o final do ano, inclusive para atividades de renovação de pastagem.
Tebet disse que “serão responsabilizados, nos termos da lei, qualquer incidente ou incêndio criminoso no Pantanal”.
Helicópteros, aeronaves e base avançada
Seis helicópteros, duas aeronaves e embarcações necessárias ao transporte de militares e brigadistas serão disponibilizadas pelo Ministério da Defesa.
Uma dessas aeronaves é o KC-390 Millennium, da FAB (Força Aérea Brasileira). Ele tem capacidade de carregar até 10 mil litros de água em cada voo para combate aos incêndios.
Renato Rodrigues de Aguiar Freire, almirante de esquadra e chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, explicou que foram estabelecidas 2 bases principais para, a partir delas, os brigadistas e combatentes de incêndio se deslocarem e combaterem com rapidez e eficácia os incêndios.
Entretanto, o governo também estuda a implantação de uma base avançada na estrada Transpantaneira, para que os brigadistas e combatentes de incêndio fiquem mais próximos aos focos de fogo.
Ação humana
Dados do Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) indicam que, de 1º de janeiro a 23 de junho de 2024, a área queimada do pantanal atingiu 627 mil hectares, 142,9% a mais do que em 2020.
Apesar de o aumento ser, em parte, explicado por altas temperaturas e seca extrema nos últimos 12 meses, a nota técnica dos especialistas da Universidade deixa claro que os incêndios de 2024 foram originados a partir de ação humana.