Daniel Hagari, principal porta-voz do Exército de Israel, disse ao Canal 13 que o grupo terrorista Hamas não pode ser eliminado, apesar da guerra na Faixa de Gaza.
A declaração foi dada no último dia 19 de junho e destoa das promessas de Binyamin Netanyahu, expondo desalinhamento e rachas no governo.
“O Hamas é uma ideologia, e não podemos eliminar uma ideologia. Dizer que vamos fazer o Hamas desaparecer é jogar areia nos olhos das pessoas”.
Segundo Hagari, é preciso ser oferecida uma alternativa para o poder em Gaza. Caso contrário, o Hamas ficará no poder novamente.
É a primeira vez que o porta-voz admite não ser possível eliminar a organização em mais de 8 meses de guerra. E a declaração não passou despercebida pelo gabinete de Netanyahu, que rebateu o militar.
“O gabinete político e de segurança liderado pelo primeiro-ministro definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas (…) As forças de Israel estão, obviamente, comprometidas com isso”.
Já o Exército minimizou as declarações de Hagari e explicou que o porta-voz se referia apenas à destruição do Hamas como ideologia e ideia e não como grupo.
Os rachas no gabinete de Netanyahu ficaram mais evidentes na semana passada, quando 2 membros da aliança de centro-direita Unidade Nacional renunciaram a seus cargos. Foram os casos de Benny Gantz e Gadi Eisenkot.
Analistas veem a saída de Gantz como o cumprimento de uma promessa feita em maio de deixar o gabinete de Guerra caso Netanyahui não apresentasse um plano para o pós-guerra no território palestino.
Por ora, o conflito em Gaza segue sem perspectiva para acabar, principalmente depois do aumento das tensões entre Israel e Hezbollah, grupo militante apoiado pelo Irã.