Trechos da tese de doutorado de Everton Araujo dos Santos, professor da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), que distinguem oficiais qualificados para o Curso de Comando e Estado-Maior do Exército (QEMA) e os qualificados para o Serviço Geral (QSG), geraram polêmica nas redes sociais.
Publicada no blog Montedo, a tese do professor, que é bacharel em Ciências Militares e Direito, mestre em Operações Militares e Ciências Sociais, e doutor em Ciências Sociais, apresenta uma visão detalhada das diferenças entre os dois tipos de oficiais.
No entanto, o que mais chamou a atenção dos internautas foi a forma como os QEMA são descritos na tese. Segundo o texto, esses oficiais são vistos como muito superiores aos QSG e destinados a cargos de alto comando e liderança.
A descrição gerou diversos comentários sarcásticos e críticas nas redes sociais. Em tom irônico, Montedo questionou a veracidade das informações apresentadas na tese e acusou os QEMA retratados na tese como vivendo em uma “bolha”.
Diferenças entre QEMA e QSG
De acordo com a tese do professor Santos, os QEMA são oficiais que concluíram o Curso de Comando e Estado-Maior do Exército, o que lhes confere uma série de vantagens na carreira, como maior prestígio e respeito; maior probabilidade de ascensão a cargos de alto comando; maior acesso a cursos e oportunidades de desenvolvimento profissional; e maior salário e benefícios. Eis como um QEMA é retratado:
- Oficial sério, que tem uma postura elegante e profissional;
- Um QEMA joga tênis, bebe moderadamente whisky 12 anos, viaja todos os anos para a Europa ou para os Estados Unidos;
- Um QEMA sabe tanto estar numa situação real de combate quanto numa recepção ao lado das mais altas autoridades da República;
- Um QEMA, nesta fase da carreira na qual somente eles, os QEMAs da turma, ainda estão na ativa, é tanto um comandante firme e rígido no cumprimento da sua missão de combate quanto um gentleman polido e gentil nas esferas sociais do poder.
Já os QSG, que não concluíram o curso, não possuem as mesmas vantagens e geralmente ocupam cargos de menor relevância na hierarquia militar. Os QSG, ou “manga-lisa”, não possuem a insígnia QEMA e, segundo o autor da tese, não têm muitas perspectivas de carreira. Para eles, o tempo no serviço ativo se limita à espera pela última promoção ou pelo tempo mínimo para a transferência para a reserva remunerada.
Para ler a tese completa, clique aqui.