Nesta terça-feira, 11 de junho, a Força Marítima Brasileira não realizou as tradicionais atividades comemorativas alusivas ao Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, que representa o Dia da Marinha.
Conforme a Sociedade Militar adiantou, com base nas informações obtidas pelo Correio Braziliense, as exposições, visitas públicas a navios, apresentações de bandas de músicas, confraternizações e competições foram inteiramente suspensas.
Esta é a segunda vez na história recente do Brasil que a Força Naval deixou de celebrar o Dia da Marinha.
A primeira vez aconteceu durante a pandemia, em 2020. Na época, o Brasil já somava quase 60 mil mortes. A segunda vez em que se deixou de comemorar o Dia da Marinha foi agora em 11 de junho de 2024.
O Comandante da Força Marítima, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, transmitiu uma mensagem no último mês determinando a suspensão das comemorações da data mais importante do calendário em razão da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul.
Além disso, o Comandante da Marinha também suspendeu a veiculação da campanha publicitária institucional da Marinha, que normalmente é realizada todo ano. O vídeo da campanha já estava em produção e tinha previsão de ser veiculado na TV aberta, mas foi substituído por outro divulgado apenas nos canais da própria Força.
Com narração de uma marinheira gaúcha, o novo vídeo comunica que não haverá celebrações e reproduz a célebre mensagem transmitida pelo Almirante Barroso aos seus comandados na Batalha Naval do Riachuelo: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”.
O slogan também foi alterado para “Marinha do Brasil: a Força de todos os brasileiros!”.
Por que o Dia da Marinha acontece em 11 de junho?
O Dia da Marinha foi escolhido em razão da Batalha Naval do Riachuelo. A vitória brasileira sobre os paraguaios na batalha naval em frente à foz do Rio Riachuelo, afluente do Rio Paraná, garantiu o poder sobre a região e o bloqueio do acesso do Paraguai ao mar.
Dessa forma, o país também ficou impedido de receber armamentos do exterior e navios encomendados na Europa.
A estratégia brasileira foi considerada crucial para o fim vitorioso da guerra porque permitiu que os aliados (Brasil, Argentina e Uruguai) usassem os rios livremente pra logística do confronto.
Tratou-se ainda de uma batalha naval peculiar, uma vez que ocorreu no meio fluvial. O espaço reduzido e os bancos de areia exigiram dos militares manobras difíceis, maior agilidade e capacidade de decisão.