Giovani Amianti, CEO da Xmobots, conversou com o G1 sobre o desenvolvimento da versão armada do Nauru 1000C, que ocorre desde 2023. A Xmobots é fornecedora do Exército.
O teste deve acontecer em 2025 e será o primeiro drone de combate do Brasil. Apesar de as Forças Armadas já terem atualmente 5 modelos de drones em seu arsenal, todos são de monitoramento e não carregam armamentos.
O próprio Nauru 1000C fabricado pela Xmobots e entregue ao Exército em 2022 é, originalmente, um drone de monitoramento. Mas o projeto de drone armado dará a ele dois mísseis que foram desenvolvidos, a princípio, para lançamento da terra a partir do ombro.
Chamados de Enforce Air, esses mísseis que pesam 7kg cada são fabricados pela MBDA e foram projetados para serem usados contra veículos com blindagem leve e atingir alvos a até 8 km de distância.
Segundo Amianti, por enquanto a empresa só fez testes com protótipos para simular a integração das armas na aeronave e analisar seus efeitos na estabilidade e dinâmica do drone.
“Em 2024, avançamos para a fase de testes, e em 2025 está prevista a integração final, culminando com o primeiro disparo de míssil realizado por um drone brasileiro”.
Por meio de nota à imprensa, o Exército confirmou que pretende ter, até 2027, drones equipados com mísseis em seu arsenal.
Como são e funcionam os drones Nauru 1000C?
Os drone Nauru 1000C possuem quase 8m de envergadura e 3m de comprimento, podendo atingir uma velocidade de até 110 km/h e autonomia de voo de 10 horas.
Esses drones são equipados com 8 motores e baterias independentes, o que permite decolagens e pousos verticais automáticos. Essa característica é essencial para operações em ambientes críticos e confinados, como a região Amazônica, onde serão usados principalmente para missões táticas de vigilância, segurança e monitoramento de fronteiras.