Os Estados Unidos estão fortalecendo sua presença militar no Japão com uma reformulação significativa de seu comando militar. Esse movimento visa aprofundar a coordenação com as forças de seus aliados, destacando a China como o “maior desafio estratégico” da região. A reformulação busca não apenas otimizar a eficiência operacional, mas também fortalecer a capacidade de resposta a ameaças emergentes.
O anúncio foi feito após conversas sobre segurança em Tóquio entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, juntamente com seus colegas japoneses, Yoko Kamikawa e Minoru Kihara. Esta medida reflete uma estratégia abrangente para garantir a estabilidade no Indo-Pacífico, uma região crucial para os interesses econômicos e de segurança globais. A colaboração reforçada entre os EUA e o Japão simboliza um compromisso mútuo de enfrentar desafios e promover a paz na região.
EUA e Japão reforçam aliança militar
Os EUA atualizaram suas forças no Japão para uma instalação de forças conjuntas com missões expandidas e responsabilidades operacionais. Segundo Austin, “esta será a mudança mais significativa das forças dos EUA no Japão desde sua criação e uma das mais relevantes melhorias em nossos laços militares com o Japão em 70 anos”. Esta nova estrutura de comando será implementada em paralelo com os planos de Tóquio de estabelecer um comando conjunto para suas forças até março de 2025, visando abordar um “ambiente de segurança em evolução”.
Ameaças da China: Comportamento provocativo e expansão militar
A declaração conjunta dos ministros dos EUA e Japão criticou o comportamento “provocativo” de Pequim nos Mares do Sul e Leste da China, incluindo exercícios militares conjuntos com a Rússia e a rápida expansão de seu arsenal de armas nucleares. Os ministros afirmaram que a “política externa de Pequim busca remodelar a ordem internacional para seu próprio benefício às custas de outros”, constituindo o maior desafio estratégico na região do Indo-Pacífico. Embora Austin tenha destacado que a atualização do comando “não foi baseada em nenhuma ameaça da China”, ele ressaltou o desejo dos aliados de trabalharem de forma mais próxima e eficaz.
Planos futuros e compromissos de defesa conjunta entre EUA e Japão
O Japão já é uma base crucial para a projeção de poder militar dos EUA na Ásia, hospedando 54 mil soldados norte-americanos, centenas de aeronaves e o único grupo de ataque de porta-aviões de Washington. Motivado pelo crescente poderio militar da China e pelos testes nucleares da Coreia do Norte, o Japão tem mudado drasticamente sua postura de pacifismo pós-guerra. Em 2022, o país revelou um plano para dobrar os gastos com defesa para 2% do produto interno bruto. O novo comando dos EUA no Japão será liderado por um general de três estrelas, mas Austin não descartou a possibilidade de nomear um comandante de quatro estrelas no futuro, similar ao que foi feito na Coreia do Sul.
A atualização do comando militar e a resposta conjunta às ameaças da China demonstram o compromisso dos EUA e Japão em fortalecer sua aliança e garantir a segurança na região do Indo-Pacífico. A coordenação reforçada e a nova estrutura de comando são passos essenciais para enfrentar os desafios estratégicos emergentes e preservar a estabilidade regional.