As Forças Armadas da Venezuela fecharam as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas do país nesta sexta-feira, 26 de julho.
A decisão começou a valer já na madrugada e continuará em vigor até às 8 horas da manhã de segunda-feira, 29 de julho. Uma medida semelhante foi adotada nas eleições de 2018.
A medida tomada pelo presidente Nicolás Maduro é mais uma que preocupa a comunidade internacional, pois há temores de que o processo eleitoral não seja transparente e que o presidente, no poder há mais de 10 anos, não deixe o cargo se for derrotado.
Recentemente, Maduro chegou a afirmar que pode haver um banho de sangue e guerra civil no país caso não seja eleito, além de impedir opositores de disputar a eleição e rejeitar a presença de grupos de observadores internacionais, como o do ex-presidente argentino Alberto Fernández.
De acordo com a TV Globo, com o fechamento do espaço aéreo da Venezuela, um avião que levava ex-presidentes de países da América Latina foi proibido de decolar do Panamá em direção a Caracas.
Os líderes, entre eles a ex-presidente do Panamá, Mireya Moscoso, e o ex-presidente do México, Vicente Fox, foram convidados pela oposição venezuelana para acompanhar o processo eleitoral.
O atual presidente do Panamá, José Raúl Mulino, protestou numa rede social contra a decisão de Maduro e o chanceler panamenho, Javier Martínez-Acha Vásquez, se reuniu com a encarregada de negócios da Venezuela.
Horas mais tarde, o chanceler disse também em rede social que o governo venezuelano liberou o espaço aéreo para as autoridades.
Celso Amorim, embaixador e assessor para assuntos internacionais da Presidência do Brasil, desembarcou na noite desta sexta em Caracas. Ele foi enviado por Lula para observar de perto a eleição.
Em 22 de julho, 4 dias depois de Maduro dizer que pode haver banho de sangue na Venezuela se ele perder, Lula disse que ficou assustado com a declaração do antigo companheiro.
“Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue. Maduro tem que aprender: quando você ganha você fica. Quando você perde você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”.
Um dia depois, Maduro provocou o presidente brasileiro. “Quem se assustou que tome chá de camomila”.
Em outubro de 2023, Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, que estabelece eleições democráticas na Venezuela. Porém, ainda não se sabe se o acordo será respeitado.