Embora o momento seja marcado por medo e insegurança em todo o mundo, do ponto de vista econômico, os gastos militares têm gerado benefícios no setor de armas e acelerado a economia de muitos países.
Os Estados Unidos lideram os gastos com defesa, gastando três vezes mais do que a China, que ocupa a segunda posição. Além disso, os orçamentos militares têm crescido em todas as regiões.
Quando um país vizinho ou uma nação concorrente aumenta seus gastos militares, outros tendem a fazer o mesmo, criando um efeito dominó em cadeia global.
A maior parte desses gastos militares é direcionada para armamentos. Os Estados Unidos e a Alemanha são os principais fornecedores de armas, representando 69% e 30% do total, respectivamente.
As exportações de armas americanas representaram 42% do total mundial entre 2019 e 2023.
As cinco maiores empresas de armas do mundo são americanas. A Lockheed Martin, fabricante dos caças F-16 e F-35, lidera o ranking, registrando vendas de quase 60 bilhões de dólares em 2022.
A China também está entre os maiores exportadores de armas, ocupando a quarta posição.
No caso dos Estados Unidos, as vendas de equipamentos militares para outros governos aumentaram 16% em 2023, atingindo um recorde de 238 bilhões de dólares.
Isso se deve, em parte, à ajuda bilionária de Washington à Ucrânia, desde o início da guerra. Cerca de 90% dos pacotes de ajuda militar para a Ucrânia vêm dos Estados Unidos, reativando toda a cadeia de produção da indústria armamentista.
AUMENTO COM GASTOS MILITARES É TENDÊNCIA GLOBAL
Reportagem da Deutsche Welle Brasil mostra que as ações das empresas de armamento alcançaram níveis recordes na bolsa de valores, impulsionando a economia doméstica e criando empregos diretos e indiretos.
Essa tendência não se limita aos Estados Unidos; ela é global. A maior empresa de armas da Alemanha, Rheinmetall, viu suas ações subirem mais de 100% nos últimos 12 meses.
As ações das empresas de armamento atingiram níveis recordes na bolsa, conforme apontado pelo estudo da Bloomberg em Wall Street.
Desde o início da guerra na Ucrânia até fevereiro deste ano, essas ações tiveram ganhos significativos, variando de 8% a 20%. Tudo indica que essa tendência de valorização ainda persistirá.
O setor de armas está em expansão lucrativa e apresenta baixo risco, principalmente porque seus principais clientes são os próprios estados. Essa dinâmica não se restringe aos Estados Unidos; é uma tendência global.
GASTOS MILITARES É TEMA COMPLEXO
Um exemplo notável é a Rheinmetall, a maior empresa de armas da Alemanha, cujas ações subiram mais de 100% nos últimos 12 meses.
A empresa está investindo na construção de novas fábricas e registrou um lucro líquido de 535 milhões de euros em 2023, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Na Alemanha, o orçamento de defesa atingirá um marco histórico, com um gasto planejado de pelo menos 72 bilhões de euros neste ano.
Pela primeira vez desde a Guerra Fria, o país deve destinar 2% do seu PIB para despesas militares, conforme exigido pela OTAN.
No Brasil, também há discussões sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para estabelecer esse mesmo percentual obrigatório de 2% para a defesa nacional.
Atualmente, o Brasil gasta 1,1% do PIB em defesa, ocupando a 18ª posição mundial e sendo o maior orçamento militar da América Latina.
Os cinco maiores orçamentos militares do mundo pertencem aos Estados Unidos, China, Rússia, Índia e Arábia Saudita. O tema dos gastos militares e das vendas de armas é complexo, envolvendo interesses econômicos, políticos e estratégicos.
O mercado de armas é regulamentado e requer aprovação governamental, desempenhando um papel crucial na busca dos países por manter e expandir sua área de influência. Nesse contexto, a hegemonia dos Estados Unidos no cenário global ainda permanece sólida.