A Primeira Guerra Mundial foi um divisor de águas na história da humanidade e na evolução militar. Este conflito sangrento, desencadeado por motivos aparentemente triviais, resultou em anos de dor e, principalmente, milhões de vidas perdidas. E, mais do que isso, ainda estabeleceu o cenário para a Segunda Guerra Mundial.
Apesar desta última ser mais frequentemente retratada no cinema devido ao seu maior apelo, a Primeira Guerra Mundial também encontra seu espaço na telona. A “Grande Guerra” (como era conhecida antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial) inspirou várias obras cinematográficas notáveis, capturando os horrores e as complexidades deste conflito que mudou o curso da história mundial.
A Revista Sociedade Militar separou os 10 melhores filmes sobre o assunto, que todo entusiasta deveria assistir. Confira!
10. Sargento York (Sergeant York)
Sargento York, de 1941, é um drama biográfico que conta a história real de Alvin C. York, um soldado americano durante a Primeira Guerra Mundial. Interpretado brilhantemente por Gary Cooper, o filme narra a jornada de York, um homem inicialmente pacifista, que se torna um dos mais condecorados soldados dos Estados Unidos.
O filme destaca-se sobretudo pela sua abordagem sincera e inspiradora, mostrando como um simples homem do campo se transforma em um herói de guerra. As cenas de batalha são intensas e cinematograficamente impressionantes para a época, capturando tanto a bravura de York quanto os dilemas éticos enfrentados por ele. Gary Cooper oferece uma atuação memorável, retratando com sensibilidade e profundidade as complexidades do personagem. Este clássico continua a ser principalmente um testemunho duradouro da coragem individual e dos sacrifícios feitos durante um dos conflitos mais devastadores da história.
9. Gallipoli
Gallipoli, de 1981, narra a trajetória do jovem soldado Anzac Archy Hamilton (Mark Lee) e seu companheiro australiano Frank Dunne (Mel Gibson). Saindo das fazendas da Austrália Ocidental, os dois jovens embarcam para o treinamento no Egito. Posteriormente, os dois enfrentam combates verdadeiramente sangrentos na Turquia.
O filme é uma poderosa história de camaradagem e parceria, além de uma expressão cinematográfica que define a nacionalidade australiana. Peter Weir infunde humanidade na narrativa, sem poupar o espectador sobretudo da brutalidade da guerra. A cena final, em particular, é inesquecível e se tornou um clássico do cinema.
8. Glória Feita de Sangue (Paths of Glory)
Glória Feita de Sangue, com a direção do lendário Stanley Kubrick, em 1957, é um dos mais poderosos dramas já feitos sobre a Grande Guerra. O filme, de 1957, acompanha o Coronel Dax (Kirk Douglas), um oficial do exército francês, que é forçado a liderar seus homens em uma missão suicida contra uma fortaleza alemã impenetrável. Quando a missão inevitavelmente falha, os comandantes franceses, em um esforço para desviar a culpa de sua própria incompetência, decidem julgar três soldados por covardia, usando-os como bodes expiatórios.
O filme é sobretudo uma crítica incisiva ao absurdo da guerra e à corrupção do poder, destacando a humanidade e a coragem em meio à brutalidade e ao desespero. A atuação de Kirk Douglas, combinada com a direção magistral de Kubrick, faz deste filme um clássico atemporal que continua a ressoar com o público moderno.
7. Cavalo de Guerra (War Horse)
Dirigido por Steven Spielberg, Cavalo de Guerra, de 2011, é um épico emocionante que narra a extraordinária amizade entre um jovem chamado Albert Narracott (Jeremy Irvine) e seu cavalo, Joey. A história começa quando Joey é vendido à cavalaria britânica e enviado aos campos de batalha na Europa. Determinado a reencontrar seu amado cavalo, Albert se alista no exército e atravessa os horrores da guerra na esperança de se reunir com Joey.
O filme destaca a jornada de Joey enquanto passa por várias mãos, afetando profundamente as vidas dos soldados e civis que encontra ao longo do caminho. Com uma cinematografia deslumbrante e performances marcantes, Cavalo de Guerra é sobretudo um tributo poderoso ao vínculo inquebrável entre humanos e animais, e à resiliência do espírito em tempos de adversidade. Spielberg oferece uma narrativa visualmente impressionante e emocionalmente ressonante que celebra principalmente a coragem, a lealdade e a esperança em meio à devastação da guerra.
6. Ases do Espaço (Aces High)
Ases do Espaço, de 1976, é um drama de guerra que oferece uma visão sobretudo pungente da vida dos pilotos da Força Aérea Real durante a Primeira Guerra Mundial. O filme acompanha o jovem e idealista tenente Stephen Croft (Peter Firth), que se junta a um esquadrão britânico na França, onde descobre rapidamente as duras realidades do combate aéreo. Sob a liderança do capitão “Uncle” Gresham (Malcolm McDowell), Croft enfrenta a mortalidade, a camaradagem e os traumas psicológicos enquanto lida com a pressão das missões diárias.
O filme transpõe a narrativa comum das trincheiras para os céus. Ases do Espaço destaca principalmente o contraste entre o heroísmo romântico associado aos aviadores e a brutalidade implacável da guerra. Com atuações especialmente convincentes, especialmente de McDowell e Firth, e sequências aéreas impressionantes, o longa oferece uma reflexão sobre a coragem, a futilidade do conflito e o impacto devastador da guerra sobre os jovens soldados.
5. Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues ou All Quiet on the Western Front)
Nada de Novo no Front, de 2022 é uma poderosa reinterpretação do romance clássico de Erich Maria Remarque. O filme narra a jornada de Paul Bäumer (Felix Kammerer), um jovem soldado alemão que, junto com seus amigos, é levado ao fervor da Primeira Guerra Mundial. Cheios de patriotismo e ilusão, os jovens logo são confrontados com a terrível realidade das trincheiras, onde a glória militar é substituída pela luta desesperada pela sobrevivência.
O longa oferece uma visão crua e sobretudo angustiante da guerra, destacando a brutalidade e a desumanização enfrentadas pelos soldados. As cenas de batalha são filmadas com um realismo intenso e impactante, enquanto a narrativa explora o impacto psicológico e emocional do conflito. Felix Kammerer entrega uma performance poderosa como Bäumer, capturando a transformação de um jovem idealista em um veterano marcado pela guerra. Este filme é um testemunho eloquente e devastador sobre a futilidade e o horror da guerra, permanecendo relevante e comovente em sua mensagem antagônica.
4. Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia)
2. 1917
1917, de 2019, é uma obra cinematográfica imersiva que transporta o espectador para o coração da guerra. O filme segue os jovens cabos britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), que recebem a missão aparentemente impossível de atravessar o território inimigo para entregar uma mensagem vital que pode salvar 1.600 companheiros de uma emboscada mortal.
Filmado de maneira a parecer um único plano-sequência contínuo, 1917 oferece uma experiência visual única que mantém a tensão do início ao fim. A narrativa, baseada principalmente em histórias contadas ao diretor por seu avô, combina momentos de intenso suspense com uma representação visceral dos horrores da guerra. Com performances notáveis, sobretudo de MacKay, e uma cinematografia impressionante de Roger Deakins, 1917 é um testemunho poderoso do sacrifício e da bravura dos soldados, tornando-se um marco no gênero de filmes de guerra.
1. Sem Novidade no Front (All Quiet on the Western Front)
Sem Novidade no Front, de 1930, segue a jornada de Paul Bäumer (Lew Ayres), um jovem alemão que, junto com seus colegas de classe, é incitado por um professor patriótico a alistar-se no exército durante a Primeira Guerra Mundial. Cheios de entusiasmo e, principalmente, nacionalismo, os jovens rapidamente se veem confrontados com as brutais realidades do combate nas trincheiras.
O longa é uma obra-prima do cinema de guerra, destacando a desumanização e o horror da guerra de uma forma visceral e, sobretudo, autêntica. O filme é conhecido por suas cenas de batalha intensas e seu olhar implacável sobre o impacto psicológico e físico da guerra nos soldados. A performance de Lew Ayres como Bäumer é profundamente comovente, encapsulando a perda de inocência e a desesperança que permeia o conflito. Este clássico antológico permanece um dos mais poderosos comentários cinematográficos sobre a futilidade e a devastação da guerra.