Na vanguarda do conflito entre Rússia e Ucrânia, uma nova e alarmante tendência emergiu: a transformação de hoverboards em drones suicidas para uso militar. Este desenvolvimento tecnológico representa um ponto de virada na guerra moderna, onde inovações improvisadas estão redefinindo as estratégias de combate. Impulsionada por um grupo russo conhecido como Two Majors, essa iniciativa tem como objetivo multifacetado o campo de batalha ucraniano.
Esses robôs de quatro rodas são criados pela fusão de dois hoverboards, demonstrando habilidades versáteis que incluem ataques kamikazes, transporte de suprimentos e criação de cortinas de fumaça. O uso extensivo de drones improvisados já é evidente nas operações terrestres e navais, com a Ucrânia respondendo com sua própria gama de tecnologias adaptativas, como os robôs kamikaze terrestres Brave1 e Ratel S.
A facilidade de aquisição e adaptação desses hoverboards contrasta drasticamente com os custos elevados associados aos veículos terrestres não tripulados (UGVs) convencionais. Esta abordagem não convencional não só aumenta a eficiência operacional, mas também desafia as normas tradicionais de guerra, elevando o papel da tecnologia de consumo no teatro de operações moderno.
O contexto da guerra e a inovação tecnológica
A guerra entre Rússia e Ucrânia tem sido marcada pelo uso intensivo de drones aéreos improvisados por ambos os lados. A Ucrânia, por exemplo, empregou uma frota de embarcações não tripuladas derivadas de Jet Skis e lanchas no Mar Negro. Em terra, tanto ucranianos quanto russos avançam com robôs terrestres de baixo custo, sendo o mais recente esforço da Rússia um exemplo notável, conforme relatado pela New Scientist.
Um grupo russo, conhecido como Two Majors, lidera este projeto. Eles divulgaram vídeos online demonstrando seu veículo de quatro rodas, apelidado de “barata de combate”, que é capaz de navegar em diversos tipos de terreno, incluindo grama alta. A utilização de robôs modificados tem sido extensa na guerra da Ucrânia, causando um impacto significativo nas operações de campo. A adaptação de drones econômicos em armas de guerra tornou-se uma prática comum nas linhas de frente.
Capacidades e vantagens dos robôs Hoverboard
Esses robôs improvisados apresentam uma ampla gama de capacidades. Podem lançar bombas de fumaça, transportar minas antitanque e suprimentos, e até mesmo atuar como dispositivos explosivos móveis, com funções tanto defensivas quanto ofensivas. O grupo Two Majors afirma que seus robôs estão prontos para serem implantados na linha de frente. Hoverboards têm a capacidade de carregar até 100 quilos e deslocar-se a uma velocidade de 12 quilômetros por hora por um período de três horas com uma única carga. A última criação pode ser controlada a uma distância de até 2 quilômetros, possivelmente utilizando a visão de um drone para orientação.
Uma das principais vantagens desses robôs é o baixo custo. Um hoverboard novo pode ser adquirido por aproximadamente 150 euros, contrastando fortemente com os veículos terrestres não tripulados (UGVs) rastreados utilizados pela Ucrânia, que custam cerca de 1 milhão de euros cada.
Kamikaze terrestres para combater a agressão da Rússia
A Ucrânia também desenvolveu robôs kamikaze terrestres para combater a agressão russa. O cluster de tecnologia militar ucraniano, Brave1, introduziu o robô Ratel S, que permite ataques precisos a uma distância segura. O Ratel S assemelha-se a um caminhão monstro de brinquedo e é equipado para transportar uma mina ou bomba antitanque, capaz de viajar quase 15 milhas por hora e operar por até duas horas com uma carga completa. Além disso, empresas russas e chinesas estão supostamente fabricando réplicas de drones iranianos para uso na Ucrânia.
A Rússia tem utilizado milhares de drones Shahed na Ucrânia desde o início da guerra, estabelecendo uma fábrica para produzir em massa essa tecnologia desenvolvida pelo Irã, que é barata de fabricar, mas cara de defender. No entanto, a Rússia ainda depende da Coreia do Norte e do Irã para suprimentos, além da China para peças cruciais. Há preocupações de que a China possa produzir drones como o Shahed de forma muito mais rápida do que o Irã ou a Rússia.