Carlos Alberto dos Santos Cruz, general da reserva e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo na gestão Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista à CNN que concorda com as possíveis restrições a militares candidatos previstas pela PEC 42/2023. A entrevista foi concedida nesta segunda-feira, 5 de agosto.
Entretanto, o general disse que a regra deve englobar todas as carreiras para que “não seja uma coisa que signifique discriminação com o público militar”.
“Aquele militar que se candidata a cargo eletivo, eu concordo que ele, vença ou não, não possa voltar à força. Mas isso precisa ser feito para todas as carreiras de Estado (…) É preciso ser a mesma regra para o Judiciário, para o Ministério Público, para a Polícia Federal e para as polícias militares estaduais”.
O ex-secretário de Governo também admitiu que houve uma tentativa de arrastar as Forças Armadas para dentro do jogo político e de usá-las como instrumento durante o governo Bolsonaro.
“A tentativa de empurrar as Forças Armadas para dentro da política é uma irresponsabilidade imensa e elas não entraram nessa onda. Quem não gosta de um governo, de 4 em 4 anos, tem a oportunidade de votar e mudar o quadro”.
O que é a PEC 42/2023?
Apresentada pelo líder do governo no senado, Jaques Wagner (PT-BA), a Proposta de Emenda à Constituição aumenta, de 10 para 35 anos, o tempo de serviço exigido para que integrantes das Forças Armadas possam concorrer em eleições sem perder a remuneração.
Se a PEC for aprovada e o tempo de serviço for inferior a 35 anos, o militar, ao se candidatar, será automaticamente transferido para a reserva não remunerada independentemente do resultado da eleição.
Segundo o senador, o objetivo do projeto é despolitizar as Forças Armadas.