Oziel Lara dos Santos, condenado a 14 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, confessou ao portal Metrópoles que fugiu do Brasil em março deste ano.
A informação foi divulgada neste domingo, 25 de agosto, pelo colunista Guilherme Amado.
Oziel cumpria regime aberto, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, quando fugiu pra um país sul-americano, próximo ao Brasil. Ele disse que encontrou nesse país outros “patriotas”, que também foram condenados pelo STF.
No caso específico do pastor, a condenação envolveu os crimes de golpe de Estado, associação criminosa armada, abolição violenta do Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, deterioração de patrimônio tombado, concurso de pessoas e concurso material.
Ao todo, os atos antidemocráticos custaram um prejuízo de mais de R$ 12 milhões aos cofres públicos.
Durante a conversa com o Metrópoles, o pastor culpou as Forças Armadas pela depredação dos 3 Poderes, em Brasília.
“As Forças Armadas estimularam as manifestações na frente dos quarteis quando falaram que havia inconsistências. As Forças Armadas foram convidadas a participar da fiscalização do processo eleitoral no TSE. A única instituição que o brasileiro respeitava na época era as Forças Armadas. No relatório, o Exército disse que havia possibilidade de inconsistências. O povo foi pedir que o Exército fosse fazer seu trabalho”.
Segundo o condenado, ele viu indícios de fraudes nas urnas eletrônicas com base no relatório das Forças Armadas e teria sido encorajado a protestar na nota divulgada em 11 de novembro pelos então comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
A afirmação, no entanto, é subjetiva. Em nenhum momento do relatório dos militares sobre as urnas é citado indício de fraude no processo.
A interpretação da nota dos comandantes também é subjetiva. Apesar de reforçarem a importância da livre manifestação do pensamento, da liberdade de reunião e da liberdade de locomoção em qualquer democracia, os militares condenaram qualquer excesso que colocasse em risco a segurança pública e alimentasse a desordem social.