O avião do PCC (Primeiro Comando da Capital) apreendido no Campo de Marte, Zona Norte de São Paulo, em 7 de agosto e usado para o transporte de drogas tem contratos milionários com o poder público. O fato foi revelado nesta sexta-feira, 23 de agosto, pelo colunista do Metrópoles, Guilherme Amado.
Apesar de o avião ter sido apreendido no hangar da Tucson, as investigações da Polícia Civil de São Paulo ligam a aviação à HBR, empresa que possui contratos na ordem de R$ 44 milhões com Aeronáutica, Exército e Polícias Militares de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Com o Exército e Aeronáutica, especificamente, são R$ 16,7 milhões em contratos. Com o governo paulista são R$ 10,3 milhões, mineiro R$ 11,2 milhões e fluminense R$ 5,9 milhões.
Segundo o Metrópoles, a ligação entre as 2 empresas aparece em uma decisão do TRT2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) em 2018. Na ocasião, um ex-funcionário diz que foi contratado pela HBR, mas era orientado a trabalhar na Tucson. O juiz acatou o relato e afirmou que é incontroverso que Tucson e HBR integram grupo econômico e condenou as 2 companhias.
A apreensão do avião do PCC mirou empresas que já tinham sido alvos da Polícia Federal, que investiga traficantes que usam jatinhos pra transportar bilhões em cocaína pra cartéis mexicanos.
Procurados pelo Metrópoles, Tucson, Exército, Aeronáutica e a Polícia Militar de Minas Gerais não responderam. Já as PMs paulista e fluminense disseram que os contratos foram firmados de forma regular.