Os governos do Brasil, Colômbia e México emitiram um segundo comunicado conjunto assinado por suas esferas diplomáticas em que cobram resultados divididos por mesa de votação.
O documento foi divulgado na última quinta-feira, 8 de agosto, e reforça a posição dos 3 países em não emitir posição oficial favorável nem contrária aos resultados anunciados.
No comunicado, os diplomatas reiteram reconhecer a autoridade do Conselho Nacional Eleitoral do país, mas insistem que ele deve apresentar os resultados divididos por mesa de votação para que haja, de fato, uma divulgação transparente.
Os diplomatas também pedem cautela para governistas e oposição, de modo a evitar escalada da violência no país.
Leia a seguir o comunicado conjunto na íntegra:
Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México, por mandato de seus respectivos presidentes, reuniram-se de maneira virtual no dia de ontem, 7 de agosto de 2024, para continuar dialogando sobre a situação atual na Venezuela.
Consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação. Ao tomarem nota da ação iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais.
Reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Ademais, reiteram o chamado aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância.
Expressando, uma vez mais, seu respeito à soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão a manter conversas de alto nível e enfatizam sua convicção e confiança de que as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país.