Depois de minimizar, em abril, a demissão de 200 funcionários do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha), alegando que os cortes não iriam afetar ou comprometer a fabricação dos equipamentos, o comandante da Marinha Marcos Sampaio Olsen mudou a postura.
O Almirante enviou uma nota pra imprensa nesta segunda-feira, 26 de agosto, admitindo que os cortes no orçamento que atingiram recentemente a Força Naval podem prejudicar o Programa Nuclear da Marinha e atingir em cheio a parceria estratégica entre Brasil e França na área da Defesa. Olsen também endossou que os cortes acarretaram a demissão de centenas de trabalhadores.
“Nos últimos anos, diante de um cenário orçamentário caótico e com o objetivo de cumprir o decreto de contenção de gastos do Governo Federal, a Força Naval tem, reiteradamente, anulado a execução de diversas despesas públicas, comprometendo gravemente o custeio e investimentos”.
Ainda segundo a nota do comandante, os cortes no orçamento vão levar à redução de estoques de munições, impactar o treinamento dos militares, diminuir as iniciativas de fiscalização e resgate no mar e reduzir o apoio da Marinha ao Proantar (Programa Antártico Brasileiro).
Esse é o segundo integrante do alto escalão das Forças Armadas que critica a situação financeira do país. Na última quinta-feira, 22 de agosto, em evento de comemoração ao Dia do Soldado, o comandante do Exército Tomás Paiva reclamou da falta de verba diante do presidente Lula e do ministro da Defesa José Múcio Monteiro.
“Esse espírito perseverante e de doação integral à carreira tem sido mantido incólume, mesmo sob os escritos das restrições orçamentárias que atingem a todos. Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e mais mísseis”.