A Defesa não conseguiu se safar do corte de R$ 15 bilhões do orçamento anunciado pelo governo federal no último dia 30 de julho. A tesourada atingiu praticamente todos os ministérios e foi detalhada em decreto publicado em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).
No caso das Forças Armadas, foram R$ 675,7 milhões congelados, entre bloqueios e contingenciamentos, o que a coloca como a 7ª pasta mais afetada, atrás de Saúde (R$ 4,4 bilhões), Cidades (R$ 2,1 bilhões), Transportes (R$ 1,5 bilhão), Educação (R$ 1,3 bilhão), Desenvolvimento e Assistência Social (R$ 924,1 milhões) e Integração e Desenvolvimento Regional (R$ 719,3 milhões).
Os números representam o esforço total. Ou seja, a soma entre bloqueio e contingenciamento.
Bloqueio acontece quando o cenário é de aumento de despesas obrigatórias. Já o contingenciamento acontece quando as despesas superam as receitas. Atualmente, o Brasil passa pelos 2 cenários.
Ministros de diferentes áreas buscaram integrantes da equipe econômica pra tentar reverter os cortes em suas pastas, entre eles o da Defesa José Múcio Monteiro. Entretanto, 30 das 31 pastas foram afetadas.
Segundo a CNN, Múcio teria ficado frustrado. Isso porque, em 17 de julho, após uma reunião com Lula, Haddad e Rui Costa, disse que estava otimista de que a Defesa escaparia. “Aqui a gente não aguenta mais corte”.
O ministro também voltou a reiterar que o orçamento da Defesa sofreu queda de 47% nos últimos 10 anos e que a pasta foi uma das mais atingidas por cortes feitos em 2024.
Também nas últimas semanas, Múcio se reuniu com integrantes das alas política e econômica do governo e pediu que a Defesa ficasse de fora dos cortes.
Segundo integrantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, as missões das 3 Forças podem ser impactadas pelo contingenciamento, sobretudo por conta da possível falta de combustível.