A Defesa está estudando alternativas para contornar o menor orçamento disponível nos últimos 10 anos e continuar investimento em equipamentos, como, por exemplo, no Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha.
A situação já era delicada, mas ficou ainda mais sensível após anúncio de corte de R$ 675,7 milhões da pasta anunciado no último dia 30 de julho pela equipe econômica do governo, liderada pela ministra do Planejamento Simone Tebet.
Uma das soluções apontadas, segundo reportagem da revista Veja deste sábado, 3 de agosto, é a venda de terrenos e imóveis de propriedade da União que são usados pelas Forças Armadas. De acordo com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) existem, atualmente, mais de 35 mil imóveis em posse dos militares.
Entre esses imóveis há quarteis e bases militares, mas também mansões luxuosas de comandantes, clubes e estacionamentos.
A ideia das Forças é que os próprios militares indiquem quais locais são prioritários ou de interesse e, com isso, entrem na lista de venda ou concessão. Todo o recurso proveniente deve retornar para o orçamento do próprio Ministério da Defesa para investimentos em projetos estratégicos. Considerando uma venda média de 50 imóveis, R$ 4,5 bilhões de recursos extras por ano devem ingressar na pasta.
Entretanto, ainda segundo a Veja, o Congresso está mesmo de olho nas terras “privilegiadas” das Forças. Recentemente, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o ministro da Defesa José Múcio Monteiro teriam se reunido para discutir o assunto.
Um dos articuladores da proposta ouvido por Veja afirma não ter dúvidas de que a proposta desencadeará em disputa por terras classificadas como “vantajosas demais” pra estar nas mãos dos militares. Um deles disse à reportagem:
“O comandante da Marinha tem uma casa em um morro de Salvador com uma baita vista. Há essa necessidade?”.
Caciques do Congresso também defendem o desalojamento de alguns comandos militares do centro do país para serem realocados em pontos de fronteira. Porém, a medida não deve acontecer num curto prazo.