Na semana passada, o Pentágono anunciou um significativo aumento das capacidades militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, incluindo o envio de um esquadrão de caças furtivos F-22 Raptor da Força Aérea dos EUA (USAF). Esta decisão visa dissuadir um possível conflito entre Irã e Israel, após recentes tensões decorrentes do assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou em comunicado que “o Departamento de Defesa continua a tomar medidas para mitigar a possibilidade de uma escalada regional por parte do Irã ou de seus parceiros e procuradores. Com esse objetivo, o Secretário Austin ordenou ajustes na postura militar dos Estados Unidos, projetados para melhorar a proteção das forças americanas, aumentar o apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a diversas contingências”.
Em 1º de agosto de 2024, militares da Guarda Nacional Aérea do Alasca, atribuídos ao 176º Esquadrão de Transporte Aéreo, realizaram um treinamento conjunto de Reabastecimento e Rearmamento Avançado com seus colegas do 302º Esquadrão de Caças na Base Conjunta Elmendorf-Richardson. Durante o treinamento, os militares utilizaram o C-17 Globemaster III para reabastecer e rearmar os F-22 Raptors do 302º Esquadrão de Caças. As missões FARP (Forward Arming and Refueling Point) demonstram o conceito de Emprego Ágil de Combate da Força Aérea, uma estratégia operacional proativa e reativa, executada dentro de prazos de ameaça para aumentar a sobrevivência enquanto gera poder de combate.
Reforçar a presença na região sempre foi uma questão central para os Estados Unidos, motivo pelo qual também estão avaliando o envio de mais cruzadores e destróieres com capacidade de defesa antiaérea contra mísseis balísticos.
No dia 1º de agosto, o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu discutiram os “novos desdobramentos militares defensivos” dos EUA em uma ligação, mencionando o envio dos caças F-22 Raptor, principal caça de superioridade aérea de quinta geração. Esta iniciativa faz parte da estratégia atual dos EUA no Oriente Médio, que busca apoiar o maior número de aviões de guerra na região.
É importante destacar que os caças F-15E Strike Eagle e F-16 Fighting Falcon já estão posicionados na área de responsabilidade do Comando Central das Forças Armadas dos EUA, junto aos A-10 Thunderbolt II. A inclusão dos F-22 junto às outras capacidades aéreas americanas na região proporcionará uma maior capacidade de apoio defensivo.
Além disso, os EUA continuam a rotacionar forças adicionais na região, prevendo o desdobramento de novos navios perto de Israel. Espera-se que o porta-aviões USS Abraham Lincoln, juntamente com seu Grupo Aéreo Embarcado e Grupo de Ataque, substitua o grupo de ataque do porta-aviões USS Theodore Roosevelt no Comando Central dos Estados Unidos.
Este movimento representa talvez o maior deslocamento de forças americanas na região desde os primeiros dias da guerra de Gaza. Conforme justificado por Singh, “a defesa global dos Estados Unidos é dinâmica e o Departamento de Defesa mantém a capacidade de se desdobrar rapidamente para enfrentar as ameaças em constante mudança à segurança nacional”.