A cúpula do Exército teria sido avisada de que o governo Lula vai precisar cortar as despesas discricionárias da Força Terrestre em 10% no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que será entregue até 31 de agosto ao Congresso.
A informação foi revelada pela coluna de política do Estadão, assinada por Roseann Kennedy e Eduardo Gayer, nesta terça-feira, 20 de agosto.
Despesas discricionárias são todas aquelas despesas consideradas não obrigatórias, como, por exemplo, investimentos e custeio. Já despesas como pagamento de pessoal e benefícios previdenciários são consideradas obrigatórias.
Segundo o Estadão, os militares estão tentando manter pelo menos o mesmo nível de recursos de 2024, já que no dia 30 de julho a Defesa já sofreu congelamento de R$ 675,7 milhões pela tesourada da equipe econômica do governo.
O Orçamento deste ano reservou cerca de R$ 2,06 bilhões pra despesas discricionárias para o Exército, já o PLDO de 2025 vai propor a redução para R$ 1,85 bilhão. Ou seja, cerca de R$ 210 milhões a menos.
O Congresso Nacional pode alterar a proposta, feita pela equipe econômica pra entregar a meta de déficit fiscal zero, mas não estaria com boa vontade, principalmente por já estar em marcha lenta devido às eleições municipais.
De acordo com interlocutores ouvidos pelos colunistas do Estadão, o primeiro escalão do governo aposta que haverá um acordo entre os 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) para evitar a paralisia do Congresso.