O caça sueco Gripen E foi selecionado pela Tailândia pra renovar a frota de aviação de combate, derrotando o americano F-16. A informação é da Folha de São Paulo e foi divulgada nesta quinta-feira, 29 de agosto.
A Tailândia é, atualmente, o 25º país com maior poder de fogo do mundo, segundo ranking da Global Fire Power, empresa americana especializada em estatísticas militares de mais de 140 países.
Esta é a primeira vitória externa do modelo desde que foi comprado pelo Brasil em 2014, o que amplia a possibilidade de sobrevida, mas, por outro lado, pode atrasar ainda mais o ritmo de entrega dos 36 caças que deveriam estar voando desde 2023.
Dos 36 modelos comprados pelo Brasil por R$ 20 bilhões, só foram entregues 7 aviões, sendo 1 deles usado na campanha de testes. A Força Aérea Brasileira (FAB) esperava fechar o ano com 11 Gripen para um piloto.
Apesar do cronograma para o ano que vem ser de 4 aviões, sendo 2 deles para 2 pilotos, e o restante da encomenda até 2027, isso dificilmente será alcançado devido a atrasos orçamentários.
Em 2023, segundo a Folha, foi o programa militar mais caro do país, com R$ 1,2 bilhão executado no Orçamento. Agora, com a tesourada da equipe econômica do governo, há temores de novos e maiores atrasos.
Pesa ainda a questão geopolítica. Depois de 200 anos de neutralidade militar, a Suécia aderiu à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) neste ano e com isso houve aumento da pressão para aumentar o ritmo de entrega de aviões pra uso da própria Europa.
A abertura de consulta sobre possível compra de lote usado de F-16 americanos, feita pela FAB, aconteceu justamente para pressionar os suecos por prazos e melhorar as condições de negociação para mais 14 caças.
A Saab, fabricante sueca do Gripen, foi procurada pela Folha de São Paulo mas não respondeu aos questionamentos sobre o impacto da venda de aviões à Tailândia para o Brasil. Em nota, disse apenas que o negócio é “obviamente muito positivo para a Saab e para a Suécia”.