O ministro da Defesa José Múcio Monteiro confirmou que as Forças Armadas esperam alcançar um contingente de 20% de mulheres em relação ao total de membros das forças. Atualmente são 37 mil mulheres na Marinha, Exército e Aeronáutica, o que corresponde a cerca de 20% do efetivo.
No recorte, a Marinha tem 11% de mulheres em seus quadros, a FAB tem 22% e o Exército 6%.
A conversa aconteceu no último dia 28 de agosto, após solenidade em comemoração aos 25 anos do Ministério da Defesa. Nela, o ministro também admitiu a posição em que o Brasil se encontra na inclusão feminina em áreas de combate.
“Isso é uma coisa importantíssima, o Brasil está atrasado. Nós estamos, desde que chegamos no ministério, negociando isso. Ouvimos outros países, temos alguns países vizinhos que estão mais avançados do que o Brasil [nesse quesito]. Não é uma coisa simples”.
Apesar da incorporação, Múcio deu a entender que serão necessárias adaptações pra receber as mulheres, como em normas, alojamentos e uniformes, e que a entrada delas será mais aproveitada no território nacional, ao menos a princípio.
“Nossas guerras são internas, nós lutamos no Amazonas, no Rio Grande do Sul, no Pantanal e ganhamos as guerras. Nosso projeto é chegar até 20% [do efetivo]. Acho que as primeiras [mulheres] nos ajudarão a estimular as outras. No início, [o alistamento será] em algumas cidades. No segundo ano, serão mais cidades e no futuro serão em todas”.
Atualmente as mulheres que fazem parte das Forças Armadas atuam principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística. O acesso à área combatente, quando existente, acontece por meio de concursos públicos específicos, mas isso vem mudando a partir de iniciativas como a da 1ª Turma de Fuzileiras Navais da Marinha.
Agora, as mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão se alistar no mesmo ano e a incorporação acontecerá em 2026. O alistamento tem duração de 12 meses e pode ser prorrogado pelo mesmo período, com o prazo máximo de 8 anos. O período de alistamento acontecerá entre janeiro e junho, na mesma época do alistamento masculino.
Vale destacar que, diferentemente do alistamento masculino, que é obrigatório, o alistamento militar feminino é opcional.