Dois policiais militares da Baixada Santista foram presos preventivamente no sábado (24) sob a acusação de participação em um esquema de fraudes em licitações para a manutenção de viaturas. Os suspeitos, um sargento e um cabo, teriam manipulado o processo para beneficiar-se financeiramente, colocando em risco a integridade dos serviços prestados à comunidade.
Fraudes em manutenções e licitações envolvendo policiais militares
Os policiais envolvidos, Sargento Evandro Lopes dos Santos e o Cabo Vitor Ribeiro, ambos lotados no Comando de Policiamento do Interior da Baixada Santista (CPI-6), são acusados de solicitar manutenções desnecessárias para as viaturas da corporação. De acordo com as investigações, em um período de apenas dois dias, foram solicitados 200 serviços de alinhamento, 400 balanceamentos veiculares e a montagem de 80 pneus, números que levantaram suspeitas.
As irregularidades começaram a ser investigadas após a quebra de sigilo fiscal dos envolvidos, revelando uma série de inconsistências nas solicitações de serviços. Em depoimento, o dono de uma oficina mecânica afirmou que foi coagido a repassar dinheiro aos policiais após realizar os serviços solicitados. Além disso, em muitos casos, as viaturas retornavam ao pátio sem terem recebido qualquer tipo de reparo, evidenciando que as manutenções nem sempre eram necessárias.
Documentos falsificados e fraudes licitatórias
A Corregedoria da Polícia Militar também identificou a falsificação de documentos como parte do esquema criminoso. Os policiais envolvidos, que integravam a Seção de Motomecanização do CPI-6, tinham acesso pleno aos processos licitatórios e documentos relacionados à manutenção das viaturas. Com isso, foi possível fracionar despesas e transferir pagamentos para empresas por serviços que, em muitos casos, não foram realizados.
As investigações apontam que os valores cobrados pelos serviços eram superfaturados e que as fraudes foram facilitadas pelo acesso privilegiado que os policiais tinham às licitações. A gravidade dos crimes levou o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo a acatar o pedido do Ministério Público Militar para apreender celulares, quebrar o sigilo dos aparelhos e recolher documentos e dinheiro em posse dos suspeitos.
Prisão preventiva e desdobramentos futuros
Com base nas provas já coletadas, o Tribunal de Justiça Militar considerou idôneos e fortes os indícios dos crimes de peculato, falsificação de documentos e fraudes previstas na Lei de Licitações, além da possível participação em uma organização criminosa. A prisão preventiva dos policiais foi decretada para garantir a integridade das provas e a continuidade das investigações.
Os policiais presos devem passar por uma audiência de custódia neste domingo (25), onde o tribunal avaliará a manutenção da prisão preventiva. As investigações continuam, e outras pessoas, incluindo civis e empresas, também estão sendo investigadas por possível envolvimento no esquema.
De acordo com informações da página UOL