As Olimpíadas de Paris 2024, um evento que deveria simbolizar a união global através do esporte, rapidamente se tornaram alvo de críticas significativas devido à cerimônia de abertura.
As reações de duas figuras políticas proeminentes, Nicolás Maduro e Donald Trump, destacam o impacto cultural e religioso da encenação polêmica, refletindo preocupações sobre a sensibilidade e o respeito em eventos internacionais de grande escala.
“Foram os piores Jogos Olímpicos da história da humanidade”
Nesta segunda-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou sua profunda insatisfação com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Maduro descreveu o evento como os “piores Jogos Olímpicos da história da humanidade, os mais cinzentos”. O presidente venezuelano ainda afirmou que a cerimônia foi uma “zombaria de nosso Senhor Jesus Cristo, do cristianismo” e uma tentativa de “impor critérios de seitas satânicas em uma cerimônia”. As declarações foram dadas durante uma reunião do Conselho de Defesa Nacional e do Conselho de Estado em Caracas.
Maduro alegou que a organização dos jogos fez uma apologia a cultos que “estão além do que conhecemos e pensamos”. A crítica de Maduro foi acompanhada por uma declaração da Igreja Católica, que expressou “tristeza” com as “alusões religiosamente ofensivas” contidas no evento. Posteriormente, o Vaticano ressaltou que, “em um evento de prestígio no qual o mundo inteiro se une em torno de valores comuns”, não deveria haver espaço para “alusões que ridicularizam as convicções religiosas de muitas pessoas”. A controvérsia surgiu especialmente em torno de uma encenação acusada de parodiar “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, embora o diretor artístico Thomas Jolly tenha negado qualquer intenção de fazer referência à pintura.
Donald Trump também se manifestou contra o evento
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também criticou a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Em uma entrevista à Fox News, Trump descreveu o evento como “uma vergonha, realmente achei”. Além disso, Donal Trump garantiu que, caso tenha influência na organização dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028, não permitirá “nenhuma última ceia como a que eles apresentaram na outra noite”.
Trump expressou que a encenação vista em Paris foi “terrível“. Posteriormente, o ex-presidente disse que, apesar de se considerar uma pessoa de “mente muito aberta, o que eles fizeram foi uma vergonha”. A crítica de Trump se alinhou com a do presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, que chamou a encenação de “zombaria” e “chocante e insultante para os cristãos de todo o mundo”. Johnson comentou ainda que a “guerra contra nossa fé e nossos valores tradicionais não tem limites hoje”.
O diretor da cerimônia de abertura, Thomas Jolly, explicou que a cena controversa não era inspirada na famosa obra de Da Vinci. Jolly sublinhou que se tratava sobretudo de uma representação do deus grego Dionísio. Além disso, o diretor esclareceu que a ideia era fazer uma celebração pagã com ligação aos deuses do Olimpo, e não uma paródia religiosa. A explicação, no entanto, não convenceu.