O general Tales Villela, diretor de Fabricação do Exército, alfinetou o Estado Brasileiro durante entrevista à CNN na manhã desta quinta-feira, 15 de agosto.
Villela participava do evento CNN Talks Nova Política Industrial: Inovação para a Transformação, quando foi perguntado sobre a importância de investimento na área de Defesa.
“Olha, é uma pergunta que mereceria um bom tempo nosso aqui, mas considerando até um estudo já um pouquinho antigo da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] que dizia que cada R$ 1 investido na Defesa se desdobra em R$ 9 na sociedade como um todo, eu acho que vale a pena”, argumentou o general.
Já quando perguntado se investimento em tecnologia significa também economia, o diretor de Fabricação da Força Terrestre completou.
“Significa economia, significa soberania, poder dissuasor, significa podermos criar nossos próprios destinos e decidir da melhor maneira, sempre que possível, pensando no povo brasileiro”.
Ao avaliar especificamente os últimos passos do Brasil no que diz respeito a investimentos na área da Defesa e inovação tecnológica, Villela voltou a destacar que poderia passar mais de 1 dia falando com a entrevistadora sobre o tema e aproveitou para alfinetar o Estado.
“Se a gente tivesse mais previsibilidade orçamentária certamente as respostas seriam mais positivas”.
O tom ficou mais brando posteriormente.
“E isso tem acontecido. O Estado Brasileiro tem se preocupado com orçamento de Defesa. É um sonho a gente chegar a 2% do PIB [Produto Interno Produto] naturalmente pra chegar a padrões de Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e padrões internacionais, mas eu tenho certeza que a gente vai chegar lá um dia”.
Defesa levou tesourada
No último dia 30 de julho, a Defesa entrou na tesourada de corte de gastos de R$ 15 bilhões anunciada pela equipe econômica do governo federal.
No caso das Forças Armadas, foram R$ 675,7 milhões congelados, entre bloqueios e contingenciamentos, o que a coloca como a 7ª pasta mais afetada, atrás de Saúde (R$ 4,4 bilhões), Cidades (R$ 2,1 bilhões), Transportes (R$ 1,5 bilhão), Educação (R$ 1,3 bilhão), Desenvolvimento e Assistência Social (R$ 924,1 milhões) e Integração e Desenvolvimento Regional (R$ 719,3 milhões).