A contínua guerra entre Rússia e Ucrânia e os conflitos entre Israel e o Hamas têm impulsionado o desenvolvimento de tecnologias militares inovadoras. Enquanto a guerra na Ucrânia é marcada pelo uso massivo de drones e inteligência artificial, Israel está avançando em uma nova fronteira tecnológica: os sistemas de defesa antimísseis laser.
O “Iron Beam”, formalmente conhecido como “Escudo de Luz”, é uma arma laser de alta energia (HELWS) com 100 quilowatts de potência, desenvolvida pela empresa israelense de tecnologia de defesa Rafael. Revelado pela primeira vez em 2014, o sistema pode ser implantado operacionalmente já no próximo ano, destacando-se como o primeiro protótipo operacional da sua classe.
Este sistema foi projetado para integrar o sistema de defesa antimísseis multinível Iron Dome de Israel. Com um alcance eficaz de centenas de metros a vários quilômetros, o “Iron Beam” é capaz de neutralizar uma ampla gama de ameaças. Diferente dos sistemas tradicionais que dependem de mísseis para interceptar ataques, o “Iron Beam” usa feixes direcionados de radiação eletromagnética para atingir mísseis inimigos no céu.
Os sistemas de energia guiada, como o “Iron Beam”, utilizam lasers de estado sólido que convertem energia elétrica em fótons invisíveis ao olho humano. Esses lasers podem cegar, cortar ou queimar mísseis e drones inimigos, perturbando suas trajetórias. No entanto, a eficácia desses sistemas depende de fatores como a potência do laser e as condições atmosféricas. Chuva, nevoeiro e fumaça podem dispersar o feixe de laser, limitando sua eficácia.
Apesar dessas limitações, o desenvolvimento de sistemas de defesa laser está se tornando uma prioridade para exércitos ao redor do mundo. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem 31 programas de laser em andamento, incluindo sistemas baseados em caminhões e navios para testar a tecnologia no campo de batalha. A Marinha e a Força Aérea dos EUA também estão explorando o uso de lasers em navios e aeronaves para defesa contra drones, morteiros e mísseis.
Se Israel conseguir implantar o “Iron Beam” com sucesso, é provável que vejamos uma proliferação de sistemas de defesa laser em outros países. Esses sistemas podem desempenhar um papel crucial na proteção de populações civis contra ataques de drones e mísseis, representando um avanço significativo na evolução das tecnologias de defesa militar.
O desenvolvimento contínuo de sistemas como o “Iron Beam” destaca a natureza dinâmica da guerra moderna e a importância de inovações tecnológicas na defesa nacional. Enquanto esses sistemas oferecem novas formas de proteção, também ressaltam os desafios e as implicações éticas do uso de novas armas em conflitos armados. O futuro da guerra pode estar nas mãos de tecnologias que, hoje, parecem saídas de ficção científica, mas que em breve poderão se tornar uma realidade operacional.
Fonte: Euronews