Os conflitos na fronteira de Kursk, região estratégica entre a Rússia e a Ucrânia, entraram em seu segundo dia. A situação alimenta tensões e suscita perguntas sobretudo sobre as próximas etapas deste conflito prolongado. De acordo com o Ministério da Defesa russo, forças pró-Kiev realizaram uma incursão significativa, o que levou a uma resposta contundente das tropas russas.
Ainda segundo o Ministério da Defesa da Rússia, suas tropas conseguiram impedir o avanço das forças ucranianas, repelindo ataques aéreos durante toda a noite desta quarta-feira. De acordo com o Ministério, “ataques aéreos, forças de mísseis, fogo de artilharia e ações ativas de unidades cobrindo a fronteira do estado… na direção de Kursk impediram o inimigo de avançar profundamente no território da Federação Russa”.
A Rússia relatou ainda que, durante esses combates, conseguiu destruir um número significativo de veículos blindados ucranianos. Esses números incluíriam sete tanques e oito veículos blindados de transporte de pessoal.
Na noite de 7 de agosto, forças ucranianas abateram 30 drones Shahed-131/136, de acordo com Mykola Oleshchuk, Comandante da Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia.
Incursão ucraniana e reações locais
De acordo com jornalistas internacionais, há indícios de que forças ucranianas ocuparam vários assentamentos na região de Kursk. Esse movimento pode sinalizar uma tentativa de Kiev de criar uma nova frente de batalha, pressionando ainda mais as defesas russas.
Autoridades russas, por sua vez, informaram a derrubada de vários mísseis e drones ucranianos que visavam Kursk durante a noite.
Segundo Alexei Smirnov, governador regional em exercício, “dois mísseis ucranianos foram abatidos por sistemas de defesa aérea”. O ministério da defesa russo relatou a derrubada de quatro drones durante a noite, sublinhando a contínua ameaça aérea. Além disso, o ministério informou o envio de tropas de reserva e unidades de aviação extras para a fronteira.
Diversos blogueiros militares russos relataram batalhas intensas e sugeriram que a Ucrânia pode estar abrindo uma nova frente.
Impacto nas populações locais
A situação na fronteira de Kursk gerou um grande impacto sobretudo nas populações civis. De acordo com autoridades russas, pelo menos cinco pessoas foram morreram e dezenas de outras se feriram, incluindo seis crianças, desde que começaram os combates na região. Além disso, um alto clérigo ortodoxo informou que o bombardeio ucraniano incendiou uma catedral e outros edifícios em um grande mosteiro próximo à cidade fronteiriça de Sudzha.
Sudzha, um ponto crucial para exportações de gás russo para a Europa via Ucrânia, também está perto da usina nuclear de Kursk, aumentando a preocupação com possíveis danos a infraestruturas críticas. Essa proximidade geográfica coloca em risco não apenas a estabilidade regional, mas também a segurança energética da Europa.
Blogs militares ucranianos não oficiais mostraram fotos de helicópteros e outros equipamentos supostamente destruídos. De acordo com autoridades militares ucranianas, as forças do país destruíram um lançador de míssil balístico russo, dois drones e um helicóptero. No entanto, o estado-maior da Ucrânia não mencionou operações ofensivas dentro da Rússia.
Drones ucranianos também atingiram prédios residenciais nas regiões russas de Voronezh e Belgorod, causando danos materiais, mas sem vítimas.
O governador Alexei Smirnov apelou aos moradores de Kursk para que ajudem a estocar sangue nos bancos locais. Segundo o governador, “nas últimas 24 horas, nossa região tem resistido heroicamente aos ataques dos combatentes ucranianos”.