A violência na Amazônia tem crescido de maneira preocupante. A região, conhecida por suas áreas isoladas e pela rica biodiversidade, está se tornando um novo polo de criminalidade no Brasil. De acordo com dados recentes, a taxa de letalidade na Amazônia é 38% maior que a média nacional. Das 30 cidades mais violentas do país, 13 estão localizadas na Amazônia, o que reflete o aumento da criminalidade na região Norte.
Enquanto o Brasil, de maneira geral, registrou uma queda no número de homicídios entre 2020 e 2021, o cenário nas capitais do Norte do país é diferente. Cidades como Manaus, Macapá, Boa Vista e Porto Velho têm registrado um aumento expressivo nos índices de crimes violentos. Essas cidades estão se tornando pontos centrais para a ação de facções criminosas que se aproveitam da geografia da região para expandir suas atividades.
Um dos fatores que impulsionam esse cenário é a geografia da Amazônia, com sua vasta área de floresta densa e rios que cortam o território. Essas características tornam a fiscalização mais difícil e favorecem o tráfico de drogas e outros crimes. Quadrilhas utilizam rotas pelos rios para transportar entorpecentes que partem de países vizinhos, como Colômbia e Peru, até capitais como Manaus, de onde as drogas seguem para outros destinos, tanto no Brasil quanto no exterior.
Além do tráfico pelos rios, o transporte aéreo também é uma das principais rotas utilizadas pelas facções. A chamada “tríplice fronteira”, entre Brasil, Colômbia e Peru, é uma das áreas de maior atividade criminosa. Nessa região, produtos ilegais são transportados de aviões para barcos que percorrem os rios da Bacia Amazônica, facilitando o escoamento para outras partes do Brasil e do mundo.
Os números alarmantes de homicídios no Norte, especialmente no Amazonas, são reflexo do fortalecimento das organizações criminosas na região. O estado do Amazonas, que ocupava posições mais baixas no ranking de homicídios há duas décadas, atualmente lidera as estatísticas de mortes violentas no Brasil. Em 2021, o estado registrou uma taxa de 38,6 vítimas a cada 100 mil habitantes.
Essa realidade tem levantado preocupações sobre a expansão do crime no Norte do país, uma vez que o foco das facções parece estar migrando das regiões mais desenvolvidas do Sudeste para áreas com menos infraestrutura e fiscalização.
Com informações de: Capital Financeiro