Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, uma delegação de cinco representantes da estatal chinesa Norinco visitou a sede da Avibras, em Jacareí (SP), no dia 13 de setembro. A visita faz parte das negociações para a compra da maior empresa de defesa do Brasil. A Avibras é responsável pela produção de importantes equipamentos militares, como o Sistema de Foguetes de Artilharia Astros, utilizado pelo Exército brasileiro.
Negociações em meio à crise
A movimentação dos chineses ocorre em um momento delicado, em que a América do Sul enfrenta uma das maiores crises geopolíticas e militares de sua história. O conflito envolve diversos países da América Latina, como a Venezuela e a Guiana, além de potências como os Estados Unidos e a Espanha. A Norinco já havia demonstrado interesse na compra da Avibras em junho, quando enviou uma carta oficial ao Ministério da Defesa.
Recuperação judicial da Avibras
Desde 2022, a Avibras está em processo de recuperação judicial, o que abriu espaço para tentativas de compra por investidores internacionais. Além da China, países como a Austrália e a Arábia Saudita também manifestaram interesse. A Avibras tem papel estratégico para a defesa nacional, o que levanta preocupações sobre o impacto de sua venda para o exterior.
Resistência à venda
O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, está preocupado com a desnacionalização da empresa. O BNDES foi mobilizado para buscar soluções que evitem a venda para os chineses. Há discussões sobre a possibilidade de nacionalizar a Avibras, de forma a manter sua operação sob controle brasileiro, mas até agora nenhuma medida concreta foi tomada.
Impacto na soberania nacional
A venda da Avibras para a China traria consequências graves para a indústria de defesa do Brasil. Nas últimas décadas, o país perdeu empresas estratégicas, como a fabricante de blindados Engesa — fabricante do famoso EE-T1 Osório, carro de combate pesado desenvolvido nos anos 80 —, o que enfraqueceu a capacidade bélica nacional.
A venda da Avibras para a China, por fim, pode resultar na perda de empregos, a redução da capacidade de produção de equipamentos militares e a diminuição da autonomia tecnológica. Além disso, a transferência de tecnologia sensível para outro país pode gerar preocupações em relação à segurança nacional.
Especialistas em defesa nacional alertam para os riscos da venda da Avibras para a China. Segundo eles, a perda da empresa pode enfraquecer a indústria de defesa brasileira e aumentar a dependência do país em relação a outros países (em especial, a China) para a aquisição de equipamentos militares.