A humanidade está chegando a um ponto que pode se tornar irreversível, colocando todo o planeta sob a ameaça das mudanças climáticas. Secas severas, tempestades, tufões, ondas de frio intenso, entre outros eventos climáticos deverão acontecer com cada vez mais frequência e em uma escala cada vez maior.
Um estudo liberado nessa segunda-feira, 16, por cientistas do Centro CICERO de Pesquisa Climática Internacional, na Universidade de Oslo (Noruega) afirmou que nas próximas duas décadas, cerca de 70% da população mundial irá sentir os efeitos de eventos climáticos extremos.
Publicado na revista ‘Nature Geoscience’, a conclusão do estudo indica que se não forem tomadas medidas urgentes e eficazes para redução das emissões de gases poluentes mais da metade da população mundial sentirá os efeitos nocivos que envolvem, especialmente, extremos de temperatura e tempestades.
A avaliação dos especialistas ao utilizar simulações de modelos climáticos demonstrou que diversas regiões dos trópicos e subtrópicos terão eventos conjuntos de mudanças extremas de temperatura e precipitação.
Eventos Climáticos e Mudanças locais
Para Carley Iles, a autora principal do estudo, o mais importante é focar nas mudanças regionalizadas, uma vez que elas possuem um peso mais relevante para as pessoas e, consequentemente, um maior impacto nos ecossistemas.
Paradoxo
Um paradoxo revelado no estudo, por outro lado, mostrou que uma rápida redução da poluição do ar, particularmente na Ásia, pode provocar um aumento acelerado em extremos quentes e influenciar as monções de verão asiáticas. Ou seja, apesar da redução dos gases poluentes ser extremamente importante, uma mudança brusca pode acabar ampliando, mesmo que temporariamente, os efeitos do aquecimento global em certas regiões.
Futuro incerto
Os pesquisadores do estudo destacaram ainda a necessidade de adaptação urgente da população às condições climáticas, sinalizando que mesmo no melhor cenário, os efeitos do aquecimento global devem atingir, no mínimo, cerca de 1,5 milhão de pessoas nos próximos anos.