Um ataque atribuído ao Exército de Libertação Nacional (ELN) deixou dois soldados mortos e 25 militares feridos em uma base militar colombiana no departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, na última terça-feira, 17 de setembro. De acordo com informações do jornal Correio do Povo, o grupo guerrilheiro justificou o atentado alegando que o governo colombiano não cumpriu “acordos assinados” durante as negociações de paz.
Atentado com explosivos
O ataque ocorreu pela manhã quando artefatos explosivos improvisados foram lançados contra a base militar em Puerto Jordán. De acordo com o Exército colombiano, a ação envolveu explosivos artesanais lançados de um caminhão e resultou em 4 oficiais, 7 suboficiais e outros 14 militares feridos. Muitos dos feridos foram encaminhados para hospitais locais, e 18 deles foram transferidos para um hospital militar na capital, Bogotá.
Reações das autoridades
O comandante do Exército, general Luis Emilio Cardozo, condenou o ataque em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), chamando-o de “covarde” e destacando que o incidente ocorreu a menos de um quilômetro de uma escola com mais de 300 crianças, o que configura uma violação do Direito Humanitário Internacional.
“Condeno o ataque covarde no povoado de Puerto Jordán, onde terroristas usaram artefatos explosivos artesanais lançados de um caminhão”, publicou no X o comandante do Exército, general Luis Emilio Cardozo.
O governo colombiano, por meio do Ministério da Defesa, já havia anunciado a retomada das ofensivas contra o ELN, após o fim de um cessar-fogo que estava em vigor desde 2023.
Impasses nas negociações de paz
O ELN, segunda maior guerrilha da Colômbia (só perde para as FARC), decidiu não retomar a trégua em agosto, citando violações por parte do governo dos acordos assinados nas rodadas de negociações realizadas desde o fim de 2022. As conversas de paz, apoiadas pelo presidente Gustavo Petro, enfrentam dificuldades desde então, em meio a acusações de descumprimento dos compromissos.
Quem é o ELN
O Exército de Libertação Nacional (ELN) foi fundado em 1964, inspirado pela Revolução Cubana e composto por um grupo de estudantes, camponeses e religiosos. Ao longo das décadas, o ELN se destacou por ações focadas na indústria petrolífera e pelo uso de sequestros para financiar suas atividades. Embora menor que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o ELN mantém uma presença significativa em algumas regiões do país. As tentativas de diálogo com o governo têm sido recorrentes, mas, até o momento, não resultaram em uma paz duradoura.