Em um movimento significativo de apoio à Ucrânia, os Estados Unidos anunciaram que estão trabalhando para ajudar o país a substituir seus antigos sistemas de defesa aérea S-300, de origem soviética, em meio à guerra em curso contra a Rússia. A informação foi divulgada durante uma reunião na base aérea de Ramstein, na Alemanha, onde o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros oficiais militares americanos.
Segundo Austin, os Estados Unidos, com o apoio de empresas europeias, estão colaborando com a Ucrânia para desenvolver e construir um substituto para o S-300, além de buscar melhorias para o míssil ar-ar R-27. A substituição desses sistemas de defesa é considerada crucial para reforçar a capacidade ucraniana de resistir aos ataques russos, que têm aumentado em intensidade desde o início da invasão em fevereiro de 2022.
Durante o encontro, Zelensky destacou a importância de continuar recebendo apoio militar dos países ocidentais. O líder ucraniano enfatizou que a guerra não se restringe apenas ao território dividido da Ucrânia, mas também precisa atingir o território russo, para que Moscou seja pressionada a buscar um acordo de paz. Zelensky afirmou que as cidades russas devem ser alvo de ataques para que o governo e os soldados russos reflitam sobre a necessidade de paz.
A reunião em Ramstein marcou a primeira visita de Zelensky à base aérea e aconteceu em um momento em que a Ucrânia continua sua ofensiva contra forças russas na região de Kursk, dentro do território russo. De acordo com o presidente ucraniano, essa operação resultou na captura de aproximadamente 1.300 quilômetros de território russo e causou cerca de 6.000 baixas nas tropas de Moscou. Mesmo com essas vitórias, Zelensky alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, mantém o foco em capturar a cidade ucraniana de Pokrovsk, um ponto estratégico para as linhas ferroviárias e de suprimentos.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, comentou sobre a operação ucraniana em Kursk, destacando que Putin está, agora, na defensiva dentro do próprio território. No entanto, Austin ressaltou que o Kremlin continua a realizar ataques na região leste da Ucrânia, concentrando esforços em torno da cidade de Pokrovsk. Esses movimentos indicam que, apesar dos reveses no campo de batalha, a Rússia ainda mantém uma postura ofensiva no conflito.
Em resposta aos avanços ucranianos, a Rússia intensificou seus ataques aéreos contra cidades ucranianas, o que levou Zelensky a solicitar mais sistemas de defesa aérea e um relaxamento das restrições impostas pelos EUA em relação ao uso de armas de longo alcance. O líder ucraniano argumentou que, para a Ucrânia se defender adequadamente, é essencial que o país tenha a capacidade de atingir alvos mais profundos dentro do território russo.
A Ucrânia, desde o início da guerra, depende de uma série de aliados ocidentais para suprir suas necessidades de defesa, que vão desde munições para armas leves até sistemas avançados de defesa aérea. Ao longo dos últimos dois anos, o Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia tem trabalhado para atender a essas demandas, e os pedidos de novos equipamentos, como os aviões de combate ocidentais, tornaram-se cada vez mais comuns nas negociações.
O encontro de setembro também foi marcado pela presença de Jon Finer, vice-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, que visitou Kyiv recentemente para reforçar o compromisso de Washington com o apoio à Ucrânia. A visita de Finer, seguida pela de Zelensky a Ramstein, é vista como parte de um esforço do governo ucraniano para garantir que o apoio americano continue sólido, mesmo diante da possibilidade de mudanças políticas nos Estados Unidos.
Com o prolongamento do conflito e o aumento das tensões, a Ucrânia continua a buscar novas formas de fortalecer suas defesas e manter a pressão sobre as forças russas, tanto em seu próprio território quanto no solo inimigo.
Com informações de: Neewsweek