Refugiados africanos estão se voluntariando para lutar em Gaza em troca de obter residência permanente em Israel. A história não vem de hoje, conforme conta o jornal local Haaretz. Tudo começou em meados de 2023 quando um ataque do Hamas deixou cerca de 1.200 pessoas mortas e Israel iniciou sua campanha contra o grupo terrorista.
Com isso, grande parte da população foi enviada para lutar na guerra, deixando a economia do país suspensa e brutalmente debilitada. Os estrangeiros que ali viviam e trabalhavam foram embora e, nesse cenário, surgiram os refugiados africanos que, pela promessa de abrigo, se recrutaram voluntariamente para o trabalho e para a guerra. De acordo com o jornal, existem hoje cerca de 30 mil requerentes de asilo africanos em Israel, em sua maioria jovens.
“Até hoje, nem um único solicitante de asilo africano recebeu residência permanente”, noticia o periódico israelense Haaretz. “As autoridades de Defesa (israelenses) perceberam que poderiam usar a ajuda dos requerentes de asilo e explorar seu desejo de obter status permanente em Israel como um incentivo”, complementou o veículo.
Contudo, essa não é a primeira vez que Israel é acusado de abuso de poder na guerra contra o Hamas.
Palestinos como escudos humanos
A mídia local vem denunciado regularmente o uso de civis palestinos como escudos humanos pelo Exército de Israel, o que, até então, era uma prática comum entre o Hamas. Agora, no entanto, são os palestinos que sofrem com os abusos de uma guerra que parece não ter fim.
Recentemente, uma investigação realizada pelo jornal israelense denunciou que palestinos estavam sendo enviados para casas e entradas de túneis danificados, com as mãos amarradas com laços de plástico, por soldados e oficiais israelenses.
Segundo o jornal, civis estão sendo detidos sem nenhum tipo de acusação que “justifique” tais ações. Situações do tipo estão acontecendo por toda a Faixa de Gaza. No mês passado, imagens em vídeo mostraram civis palestinos amarrados nas capotas dos veículos israelenses durante patrulhas em cidades da região.